Mobilidade
Com um séquito respeitável, Holanda e Chile começaram ainda no sábado a colorir São Paulo de laranja e vermelho com a chegada dos seus fãs. Um desafio extra para a já preocupada administração pública paulista, que viu um nó ser atado no trânsito da capital no último jogo do Brasil mais de 300 quilômetros de lentidão na terça-feira passada. Hoje haverá o deslocamento para o jogo das duas equipes na Itaquerão, mais o duelo nacional contra Camarões às 17 h.
Como o pedido de decretação de feriado encaminhado pela prefeitura não foi aprovado pela Câmara, o rodízio de carros será estendido hoje. Também foi pedido que as empresas liberarem seus funcionários aos poucos.
Dentro de campo, a realização do jogo do Brasil após o duelo entre holandeses e chilenos ecoou na véspera do confronto. "A Fifa antes de todos os jogos carrega a bandeira do Fair Play, de fazer um jogo justo, essas coisas, mas usa esses truques. Não é Fair Play. É ridículo", definiu o técnico da Holanda, Louis Van Gaal.
Duas das seleções mais envolventes da fase de grupos e as primeiras a assegurarem a classificação antecipada definem hoje quem segue a rota de colisão com o Brasil na Copa do Mundo, caso a equipe de Felipão confirme o favoritismo diante de Camarões. Da Arena Corinthians, a partir das 13 horas, sai o adversário da seleção nas oitavas de final, quando uma derrota custa o adeus do torneio.
INFOGRÁFICO: Veja as escalações para a partida
Se antes do Mundial a torcida brasileira discutia a "preferência" em enfrentar Espanha ou Holanda, viu outra La Roja assumir o lugar da atual campeã mundial e merecer um respeito dos adversários. Os holandeses arrasaram a Espanha com uma goleada por 5 a 1 e os chilenos jogaram a pá de cal com uma vitória 2 a 0. Atuações para arrebatar simpatia, reconhecimento e cautela.
"É claro que o Brasil não deve querer enfrentar a Holanda. Marcamos gols, e gols fantásticos. Quero ser sempre o primeiro do grupo, isso não tem nada a ver com o Brasil especificamente", afirmou o técnico holandês Van Gaal, um dos responsáveis por manter o estilo ofensivo da equipe. O êxito vem desde as Eliminatórias, onde não sofreu qualquer derrota, somando nove vitórias, um empate e a melhor diferença de gols na zona europeia de qualificação: 29.
O segredo? "Ele colocou todos os jogadores em seus lugares, com suas responsabilidades", definiu Patrick Kluivert, ex-astro holandês e atual auxiliar-técnico da Holanda.
Sem contar com craques do quilate de Van Persie (suspenso hoje), Sneijder e Robben, o técnico chileno Jorge Sampaolo também é apontado como o mentor da revolução da sua equipe, que em um ano e três meses saiu do sétimo lugar nas Eliminatórias Sul-Americanas para viver o momento ímpar na Copa.
Com orgulho e obsessão pelo trabalho, ele conseguiu impor à seleção um estilo ofensivo dando sequência ao trabalho de Marcelo Bielsa, o comandante do Chile no Mundial de 2010. Seu antecessor é também seu maior ídolo. Sampaolo confessa que corria ouvindo as entrevistas de "El Loco Bielsa" em um walkman antes de ser treinador. "Eu era um bielsadependente", admitiu.
Essa "herança" desperta o respeito adversário. "É um técnico maravilhoso que permite que os jogadores atuem de forma apaixonada e ofensiva, muito dedicados. Há seis meses mantém esse padrão. Será um jogo bom, inteligente. Será 50% a 50%", prevê Van Gaal.
"O próximo adversário é o mais difícil e estaremos preparados para enfrentar quem for da forma como o Chile está acostumado. Queremos o primeiro lugar do grupo", avisou Sampaolo, sem confessar a preocupação de enfrentar o Brasil.
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