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Usado na disputa do terceiro colocado, Mané Garrincha pode ser vendido | ROBERT GHEMENT/EFE
Usado na disputa do terceiro colocado, Mané Garrincha pode ser vendido| Foto: ROBERT GHEMENT/EFE

Apesar da derrota histórica na Copa do Mundo sofrida pelo Brasil perante a Alemanha na última terça-feira, os torcedores da capital federal deverão comparecer em grande número para se despedir dos jogadores brasileiros, no Estádio Nacional Mané Garrincha.

Com o confronto pelo terceiro lugar marcado contra a Holanda para este sábado, às 17 horas, algumas centenas de pessoas formaram longas filas na tarde desta sexta-feira no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, local onde está sendo feita a comercialização e distribuição dos ingressos devolvidos por quem desistiu de assistir a partida.

Do lado de fora, alguns cambistas negociavam ingressos sem o menor receio de serem surpreendidos pela polícia. Com quatro entradas para a categoria 1, um deles oferecia os tíquetes por R$ 1 mil cada. Desconfiado, o aposentado Paulo Ribeiro preferiu não arriscar. "A diferença de preço não é tão grande, poderia até comprar e evitar a fila, mas soube que diversas pessoas foram enganadas com ingressos falsos, então ficarei aqui mais um pouco", contou. A reportagem permaneceu no Centro de Convenções por quase uma hora. Neste período, nenhuma viatura policial foi vista para coibir a ação dos cambistas.

O publicitário Luís Romão encarou a fila para atender ao desejo do filho Luís Guilherme. Decepcionado com o desempenho brasileiro na Copa, ele fez uma análise crítica da seleção. "O Brasil perdeu a essência do futebol arte com nossos jogadores indo muito cedo para fora. Os europeus aprenderam a neutralizar nosso jogo. Além disso, faltou empenho para quase todos eles", desabafou. Apesar da descrença, ele acredita que o Brasil vencerá a partida amanhã, mas por um único motivo. "O presidente da CBF disse que o vencedor amanhã levará R$ 54 milhões, ele quer esse dinheiro. A seleção não jogará pela torcida, mas pelo prêmio."

Romão quase conseguiu evitar a fila para os ingressos. De acordo com ele, por volta das 14 horas havia 32 ingressos disponíveis na categoria 1 no site da Fifa. "Estava com meu filho e vimos as entradas por R$ 660 cada. Por mim, não iria, mas ele insistiu muito comigo. Fiz todo o processo, mas na hora de colocar os dados do cartão de crédito o sistema travou e não efetuei a compra. Agora é tentar a sorte por aqui", afirmou.

A dentista Karina Costa (34) estava em festa ao lado do marido Bruno Lopes (39). Após quase duas horas na fila, ela garantiu as entradas para a última partida do Brasil no mundial. "Acho que estamos todos tristes com a derrota da seleção, mas isso não tira meu ânimo e vontade de ver os jogadores por aqui. É a última oportunidade que teremos. Acho que outra Copa por aqui vai demorar uns 80 anos. Então estou muito feliz por ter conseguido os ingressos", disse.

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