Enner Valencia homenageia o filho com dois gols na Arena| Foto: Jonathan Campos

Curitiba, que já havia aturado o péssimo Irã 0 x 0 Nigéria, demorou 121 minutos para enfim ganhar o primeiro gol local da Copa 2014. Com mais sete, seria testemunha de um recorde negativo: Honduras se tornaria a seleção com mais tempo seguido sem comemorar em Mundiais. Mas o zagueirão equatoriano Guagua colaborou e Costly estufou a rede para enfim premiar os curitibanos e evitar a vergonhosa marca para seu país. Só isso mesmo. Nome do jogo, e do Equador na Copa, Enner Valencia marcou duas vezes e garantiu a vitória ontem na Arena da Baixada.

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Confira a ficha técnica da partida

Para se sentir mais incluída, além de gols, Curitiba também viu uma virada. A oitava em 26 jogos da Copa. E os equatorianos, que haviam sofrido uma delas, ao verem a Suíça ganhar no último lance em Brasília, desta vez sentiram a alegre sensação contrária.

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Graças a Enner, o Valencia menos famoso. Enquanto Antonio, do Manchester United, fazia atuação sem brilho, o atacante do mexicano Pachuca dava trabalho desde o começo. Depois que Costly abriu o placar aos 31 minutos – e evitou que sua seleção chegasse aos 581 sem marcar, ultrapassando o pífio desempenho da Bolívia nas Copas de 1930, 1950 e 1994 –, ele só precisou de mais três para acalmar a grande maioria equatoriana no estádio.

Na derrota por 2 a 1 da primeira rodada, já havia sido o autor do gol. Em lance parecido com o que decidiu a partida ontem. Aos 20 minutos do segundo tempo, Walter Ayovi bateu falta da esquerda e Enner subiu para cabecear no canto esquerdo de Valladares.

Com a presença do presidente da Fifa, Joseph Blatter, e Yuishi Nishimura – o japonês que inventou pênalti em Fred na vitória do Brasil sobre a Croácia na abertura – de quarto árbitro, o apito voltou a causar confusão. No final do primeiro tempo, Costly cabeceou na trave e Bengtson, em impedimento, marcou com a mão. O bandeira australiano Hakan Anaz não deu nada, mas o árbitro compatriota Benjamin Williams consertou as coisas e anulou.

No segundo tempo, porém, ignorou pênalti de Figueroa sobre Caicedo na área hondurenha. Assim como o agarrão de Guagua em Costly do outro lado. E, em lance duvidoso, evitou que uma Curitiba até então sem gols visse Enner Valencia se tornar o artilheiro do Mundial. O que seria mais um gol dele foi anulado porque Williams viu intenção de Antonio Valencia ao tocar com a mão na bola no início da jogada.

Na véspera, o técnico de Honduras, o colombiano Luis Fernando Suárez, disse que já seria "épico" marcar um gol – quebrando o jejum entre as participações em 1982, 2010 e agora –, porém o time queria mais. Após o jogo, foi exatamente essa a sensação que transpareceu. "Depois de 32 anos... Bom para o Carlo [Costly], porque é muito importante para nós. Mas o principal é que tivemos a motivação para vencer. Poderíamos ter feito muito mais que o gol", lamentou.

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No fim, saiu tudo como queria Reinaldo Rueda, técnico do Equador, também colombiano e amigo de Suárez: vitória de sua seleção e dos franceses sobre a Suíça ontem, criando um confronto direto quarta-feira no Maracanã. "A França cresceu muito nos últimos jogos, demonstrando categoria e eficiência. Teremos de jogar melhor", projetou.