Barra bravas
A Polícia Federal, em conjunto com a Polícia Militar de Minas, prendeu 19 torcedores argentinos dentro do Mineirão. Oficialmente, foram detidos para "averiguação". A suspeita é que eles façam parte da lista de barras bravas proibidos de entrar no Brasil, de acordo com dados fornecidos pelo governo argentino ao brasileiro.
Rivalidade
Confusão entre brasileiros e argentinos
Os seguranças particulares tiveram muito trabalho no jogo de ontem. Em diversos momentos da partida, as provocações trocadas entre torcedores de Brasil e Argentina acabaram em bate-boca e até empurra-empurra nas arquibancadas.
Uma das músicas mais cantadas pelos hermanos dizia que "Maradona é maior do que Pelé". Os brasileiros, que apoiaram o Irã durante os 90 minutos, respondiam com gritos de "pentacampeão". O Mineirão recebeu 57.698 pessoas, público recorde desde que o estádio foi reformado e entregue para a Copa do Mundo.
Já na madrugada de ontem, no bairro da Savassi, em Belo Horizonte, houve uma briga generalizada entre torcedores locais e argentinos. Eles começaram a arremessar garrafas uns contra os outros. A Polícia Militar foi chamada e usou bombas de efeito moral para dispersar os brigões. Um homem de 23 anos foi detido.
Em 21 de junho de 1994, na Copa dos Estados Unidos, Maradona marcou o último gol dele com a camisa da Argentina. Ontem, exatos 20 anos depois, o maior ídolo do futebol argentino esteve no Mineirão e vibrou com seu "discípulo" Lionel Messi. O atual dono da camisa 10 da seleção fez o gol da vitória por 1 a 0 sobre o Irã, nos acréscimos do segundo tempo, e garantiu a classificação antecipada do time para as oitavas de final.
O chute certeiro de Messi com a perna esquerda encheu de orgulho Maradona e trouxe alívio aos 30 mil torcedores argentinos que, preparados para testemunhar uma goleada, acabaram vendo uma partida complicada diante de um adversário mais fraco, mas que soube se fechar muito bem.
O técnico do time asiático, o português Carlos Queiroz, havia avisado na véspera do jogo que o time dele precisaria estar sempre com o pensamento um passo à frente da Argentina. Em campo, os persas pareciam estar dois passos adiante. Os meias e atacantes sul-americanos foram encurralados e, no segundo tempo, o Irã criou perigo nos contra ataques, deixando os hermanos nervosos.
A estratégia foi quase perfeita. Quase. Aos 46 minutos da etapa final, Messi fez sua jogada característica: dominou, cortou para a esquerda e chutou colocado, sem chances para o goleiro Haghighi. Movimentos manjados, mas fatais. Só restou aos argentinos levantar os braços na arquibancada e fazer o gesto de reverência para o craque.
"Foi uma partida muito difícil, precisamos melhorar, mas quem tem Messi, não pode duvidar de nada. É um gênio e, por sorte, ele é argentino", exaltou o técnico Alejandro Sabella.
"Não jogamos bem, mas felizmente o baixinho fez a diferença", reforçou o goleiro Romero, que fez três defesas fundamentais que evitaram o gol iraniano no segundo tempo.
Messi, que passou em branco no Mundial da África do Sul, marcou o segundo gol dele nesta Copa. Foi o 40º com a camisa da seleção albiceleste em 88 jogos, seis a mais do que Maradona anotou em 91 partidas. Os números são melhores, mas falta a Messi liderar a Argentina em uma conquista mundial, como fez El Pibe em 1986. No Brasil, ele tenta seguir esses passos.
"Fiquei muito feliz com o gol no último minuto e principalmente pela classificação. Foi um momento lindo e vamos seguir melhorando", disse o protagonista do jogo, que volta a comandar a equipe na quarta-feira, no duelo final da primeira fase, contra a Nigéria.