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Johnson (esq.) e Rooney treinam em Manaus: precaução com o calor e a umidade | Mast Irham/EFE
Johnson (esq.) e Rooney treinam em Manaus: precaução com o calor e a umidade| Foto: Mast Irham/EFE

Dúvida no gol

A Itália teve um imprevisto de última hora. No treino da noite de ontem, na Arena da Amazônia, o goleiro Buffon sofreu um entorse no tornozelo e teve de sair mais cedo da atividade. Ele foi levado diretamente para o departamento médico e iniciou imediatamente tratamento intensivo. O técnico Cesare Prandelli não confirmou nem descartou o arqueiro para o jogo contra a Inglaterra, hoje, às 19 horas. Vai depender da evolução do quadro clínico do jogador. Caso não tenha condições, ele deverá ser substituído por Sirigu.

Estrear na Copa em Manaus não estava nem nos piores pesadelos de Inglaterra e Itália. As bolinhas do sorteio, porém, foram cruéis. Além de colocarem dois campeões mundiais frente a frente – sem contar o Uruguai no mesmo grupo –, transportaram as seleções europeias para o calor e para a alta umidade da Região Amazônica. Um cenário indesejável logo de cara, na primeira partida, hoje, na Arena da Amazônia, às 19 horas.

Confira as escalações de Inglaterra e Itália

"Manaus é o lugar ideal para se evitar", antecipou o técnico inglês Roy Hodgson ainda em dezembro do ano passado, quando já sabia que em junho registra altas temperaturas e umidades no local do jogo. A previsão para hoje, no horário do pontapé inicial, é que o termômetro marque 30ºC com umidade de 70%.

A declaração do "manager" inglês, apesar de ser correta do ponto de vista físico e técnico, pegou mal entre a população manauara. Quase seis meses depois, ele tentou pôr um ponto final nessa polêmica. "Isso foi há muito tempo. Nossa recepção em Manaus foi muito boa, tanto que nossa ida ao shopping teve de ser abortada [em razão do assédio]", disse Hodgson.

A seleção inglesa não sabe bem o que é jogar no clima da floresta tropical, algo que os italianos experimentaram no ano passado durante a Copa das Confederações. Recife, Salvador e Fortaleza receberam a Azzurra. "O aspecto físico será um fator decisivo. Aprendi a lição na Copa das Confederações", destacou o técnico Cesare Prandelli.

Esse contratempo de precisar atuar em Manaus mudou significativamente a preparação de ambas as seleções. A Federação Inglesa vestiu os jogadores com calças e casacos de chuva durante os treinos em Faro, no Sul de Portugal. Tudo para simular condições que podem ser encontradas na Ama­­zônia. Além disso, cien­­tistas da Universidade de Loughborough medem os níveis de suor dos atletas para mapear a ingestão ideal de líquidos para cada um. "Obviamente está quente, mas não estamos preocupados porque nos preparamos para isso", garantiu o volante e capitão Steven Gerrard.

A Itália optou por um método menos convencional. Entre um treino e outro em Coverciano, na região de Florença, os jogadores corriam em esteiras dentro de uma sauna para se acostumar ao clima. Essa fonte artificial de calor e umidade até ganhou o apelido de "Casa de Campo Manaus", um "refresco" para atenuar os efeitos do calor. "Treinamos na sauna, mas não é a mesma coisa. Mas ajudou bastante na nossa preparação para a umidade que vamos encontrar amanhã [hoje] à noite", ressaltou o meia Candreva.

Apesar das falhas, gramado do estádio está ‘jogável’

Não bastasse o temor com o clima, ingleses e italianos têm outro motivo de preocupação. Esse nem era imaginado: a condição do gramado da Arena da Amazônia, palco do encontro de hoje. Um piso "jogável", segundo a RED, empresa portuguesa que faz a manutenção da grama do estádio de Manaus.

O volante inglês Gerrard minimizou os problemas. "Estive no gramado, está tudo bem. A grama está boa, numa altura boa", disse, sem entusiasmo, lembrando que será igual para as duas seleções. "Acho que não teremos problemas", acrescentou o técnico da Inglaterra, Roy Hodgson.

Na véspera da partida, o gramado ainda estava irregular, com falhas em um dos lados do campo, evidenciando a falta de grama em alguns pontos. Quando a bola rolava por ali, ocorria de subir repentinamente. Durante todo o dia, os técnicos estiveram fazendo reparos e se preocupando, especialmente, com a irrigação.

"Não será um gramado esteticamente bonito, mas vai dar para jogar. Aliás, estará perfeitamente jogável, embora, repito, não com um bom aspecto", reconheceu o por­ta-voz­­ da empresa portuguesa RED, Miguel Bastos, ao jornal lusitano Mais Futebol.

Essas condições ruins vieram à tona nesta semana, quando jornais ingleses estiveram na Arena da Amazônia e criticaram as condições do piso. As imagens rodaram o mundo. Diante disso, a justificativa apontada pelos responsáveis foi de que as condições climáticas atrapalharam. Sobrou chuva e faltou sol.

A última partida na Arena da Amazônia foi no dia 5 de maio – Princesa do Solimões e Santos se enfrentaram pela Copa do Brasil –, o piso do estádio piorou de lá para cá. Foram 39 dias sob os cuidados da RED e da brasileira Greenleaf Gramados, que trabalham em parceria em sete arenas da Copa. Não resolveu.

De acordo com a empresa, as condições da grama estarão perfeitas somente para a terceira partida em Manaus, entre Estados Unidos e Portugal. Ou seja, Camarões e Croácia, que se enfrentam na próxima quarta-feira, ainda terão pela frente um piso ‘feio’.

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