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Fifa dribla Bombeiros e Arena das Dunas estreia com goteiras e sem alvará
A Arena das Dunas recebeu a estreia de México e Camarões no Mundial, ontem, sem alvará do Corpo de Bombeiros. As arquibancadas temporárias do estádio, que elevam a capacidade de 31 mil para 42 mil espectadores, estavam 95% aprovadas, mas a liberação total dependia de uma vistoria programada para ontem, ao meio-dia.
De acordo com o tenente Christiano Couceiro, relações públicas dos bombeiros, entretanto, a Fifa impediu a inspeção já que os portões do estádio foram abertos às 10 horas, com três horas de antecedência da partida. "Se houver torcedores, a responsabilidade é da Fifa", afirmou o tenente antes do apito inicial.
A Fifa, por sua vez, contradisse a posição oficial dos Bombeiros. Porta-voz do COL, Saint-Clair Milese afirmou que entre 50 e 100 lugares foram isolados na arquibancada provisória. "O estádio está liberado para a Copa", disse ele à Agência Reuters. Não houve isolamento visível em nenhum local do estádio.
Além da polêmica dos assentos, a operação da Arena das Dunas registrou problemas na entrada dos torcedores, como falta de sinalização e orientação de voluntários. Goteiras foram vistas em vários pontos, incluindo a tribuna de imprensa.
Ao menos o gramado respondeu muito bem à forte chuva que caiu durante todo o dia em Natal. A drenagem funcionou com perfeição, não deixou poças e agradou aos atletas.
Próximo adversário do Brasil na Copa do Mundo, o México superou dois gols legais anulados pelo árbitro colombiano Wilmar Roldan para bater Camarões por 1 a 0, ontem, na Arena das Dunas, em Natal. Na terça-feira, às 16 h, em Fortaleza, os mexicanos esperam outro nível de desafio, mas acreditam que podem surpreender os donos da casa.
"Camarões não é Brasil e Brasil não é Camarões", exemplificou o técnico Miguel Herrera, que acertou ao bancar a escalação do atacante Peralta no lugar do badalado Chicharito Hernández. O camisa 19 foi o autor do único gol validado da partida, aos 16 minutos da etapa final.
"Sim [é possível surpreender]. Já fizemos em algumas outras ocasiões e estamos aqui para tentar ganhar", enfatizou o meia Hector Herrera, titular na final olímpica de Londres-2012, quando a seleção brasileira perdeu o ouro justamente para os mexicanos. Outros nove remanescentes daquele elenco estão no grupo atual.
Ontem, o triunfo latino poderia ter sido mais tranquilo, já que o México dominou grande parte da partida, com 58% de posse de bola. No primeiro tempo, o atacante Giovani dos Santos balançou a rede duas vezes, ambas mal anuladas pelo juiz colombiano após sinalização do assistente Humberto Clavijo.
Erros à parte, El Tri se sentiu em casa na capital potiguar. Cerca de 13 mil mexicanos empurraram os jogadores, gritaram olé, xingaram e cantaram como se estivessem no Estádio Azteca. Apesar da chuva torrencial que desabou em Natal, fizeram "la fiesta" em verde, vermelho e branco. Por toda a cidade, o clima também era de euforia.
"Eles foram muitíssimo importantes desde a recepção no hotel, na viagem... Vê-los nos empurrando nos momentos difíceis e cantando em todo o resto nos fez sentir como locais", revelou o goleiro Ochoa, que garantiu o triunfo no final do duelo com uma bela defesa em cabeçada de Song. No primeiro tempo, Etoo acertou a trave. No mais, o experiente atacante camaronês ficou apenas na "banheira" e pouco produziu no reencontro com o zagueiro Rafa Márquez, seu companheiro por cinco temporadas no Barcelona.
Contra Neymar e companhia, porém, a atenção defensiva será dobrada. O camisa 10 da seleção, inclusive, pode ter dois homens à sua caça em todos os momentos. "Tentaremos fazer coberturas, deixá-lo com dois marcadores e não dar espaço... O Brasil é um time em que qualquer um pode decidir a qualquer momento", alerta Márquez, que se tornou o primeiro da história a capitanear uma seleção em quatro Mundiais.
"Os atacantes brasileiros são perigosos. Se deixarmos espaço eles podem fazer muito estrago, mas nós também temos avantes perigosos. Vai ser uma partida interessante", prevê Ochoa.
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