Samuel Eto’o comandou motim camaronês por premiação na Copa| Foto: Kamil Krzaczynski/ EFE

Artilheiro no banco

Depois de Samuel Eto’o, o atacante Javier Hernández é talvez o nome mais conhecido dos elencos de México e Camarões. ‘Chicharito’, que joga no Manchester United, da Inglaterra, porém, começa o jogo de hoje no banco de reservas. E nem foi informado "oficialmente" pelo técnico Miguel Herrera. "Não me disse nada nos treinos e me dei conta pela imprensa. Mas faz parte do futebol", lamentou o camisa 14 mexicano em entrevista à Gazeta do Povo. Seu substituto será Oribe Peralta, autor dos dois contra o Brasil na final olímpica em Londre-2012.

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Unidos e separados pelo futebol, o mexicano Rafa Márquez, 35 anos, e o camaronês Samuel Eto’o, 33, se reencontram hoje, às 13 horas, em Natal, na estreia de suas seleções na Copa do Mundo. Jogo que ganha importância extra para o Grupo A após a vitória do Brasil diante da Croácia ontem. O perdedor tem chances reduzidas de avançar às oitavas de final.

Confira as escalações de México e Camarões

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Eto’o viu na Internazionale o desafio de se manter em alto nível. Ganhou a Liga dos Campeões logo no primeiro ano na Itália, mas cedeu à tentação do endinheirado Anzhi, da Rússia. Após o magnata dono do time brecar os investimentos, o africano foi contratado pelo inglês Chelsea.

Em evidente declínio técnico e físico, marcou 14 gols na última temporada – sua pior marca em toda a carreira. Mesmo assim, é a referência camaronesa na Copa. "É nosso capitão, tem muita experiência. Esperamos que ele esteja em sua melhor forma para marcar gols e nos liderar", resume o volante Enoh.

Márquez, por outro lado, optou pela "aposentadoria" enquanto ainda atua profissionalmente. Em julho de 2010, foi contratado pelo New York Red Bulls. Não venceu nada pelo clube e acabou dispensado. Na sequência, decidiu encerrar a carreira na terra natal. No Léon, foi campeão consecutivamente dos torneios Apertura e Clausura – feito inédito no campeonato local – e revitalizou sua imagem.

Agora, cinco anos depois de dividirem um gramado pela última vez, os capitães de México e Camarões vão rivalizar pela primeira vez. "Vai ser algo muito especial, já que é um grande amigo e passamos um bom tempo como companheiros no Barcelona. Mas agora é meu rival e tentarei fazer o melhor, estando o tempo todo atrás dele, sabendo que é muito perigoso", conta Márquez, que vai para o quarto Mundial, sempre como capitão de El Tri.

Envolto em muita polêmica sobre a premiação da seleção camaronesa, fato que adiou em 18 horas a vinda da delegação ao Brasil, Eto’o não participou da entrevista coletiva de imprensa ontem. Também evitou jornalistas na zona mista. Quando o assunto veio à tona, o assessor camaronês impediu a resposta do técnico Volker Finke. "Vamos falar de futebol apenas", repetiu, com cara de poucos amigos.

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O treinador alemão, por outro lado, fez questão de lembrar que problema não é exclusividade dele. Os mexicanos precisaram da repescagem contra a Nova Zelândia para se classificar e perderam os dois últimos amistosos de preparação, para Portugal e Bósnia.

Estão em equilíbrio, pelo menos nos percalços. "Eles tiveram uma classificação difícil, trocaram quatro vezes de treinador em um mês [no ano passado], sabemos como eles vêm jogando nos amistosos. Temos de respeitá-los e mostrar que também temos algo a dizer", fechou Finke.