Vestiário
Klinsmann descarta jogo de compadres
Mesmo com a igualdade de ontem, as chances de classificação dos Estados Unidos são razoavelmente boas. Vencendo ou empatando com a Alemanha, estarão nas oitavas. Mesmo uma derrota manteria a seleção na Copa, desde que Gana não tire dois gols de saldo e Portugal cinco em caso de vitória se enfrentam no mesmo horário, em Brasília.
Para não depender de terceiros, o técnico alemão dos Estados Unidos, Jürgen Klinsmann, garante que vai para o jogo para vencer os compatriotas. "Agora vamos pelo caminho mais duro, temos de vencer a Alemanha. Não conseguimos ainda [a classificação], mas vamos conseguir na próxima partida", afirmou o ex-atacante campeão pela Alemanha no Copa de 1990. "Nós queremos ganhar, seguir adiante e chegar a sete pontos, para ficarmos numa boa situação para as oitavas", complementou.
Durante a entrevista após o jogo, Klinsmann foi questionado sobre como reagiria caso o treinador da Alemanha, Joachim Löw, sugerisse uma partida de compadres para que as duas seleções se classifiquem. "Isso não existe. Ele faz o trabalho dele, somos bons amigos, e eu faço o meu trabalho. Meu trabalho é chegar às oitavas com uma boa classificação, e é o que eu vou fazer. Não é hora de amizades, apenas de negócios".
Um cruzamento na medida, na cabeça de Varela, aos 49 minutos do segundo tempo. Foi a única coisa que Cristiano Ronaldo fez ontem. Muito pouco para o melhor do mundo segundo a Fifa, mas o suficiente para manter Portugal vivo e com chances, mesmo que extremamente remotas, de passar para as oitavas de final.
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Foi com esse cenário ingrato que os portugueses tiveram de se contentar ao empatarem ontem com os Estados Unidos por 2 a 2, na Arena da Amazônia, em Manaus.
A classificação agora só com uma combinação de resultados. Precisa, obrigatoriamente, vencer Gana na quinta-feira, em Brasília. E ainda torcer muito para que alemães e norte-americanos, no mesmo horário, mas no Recife, não empatem.
Já qualquer vitória na Arena Pernambuco forçará Portugal a inverter um saldo negativo de 8 gols para a Alemanha e de 5 para os EUA. "Fica mais a frustração do que a alegria porque sabíamos que tínhamos que ganhar o jogo para poder alimentar nosso sonho. Agora ficou mais difícil. É muita tristeza para nós todos, demos nosso máximo em um jogo muito difícil", analisou Nani, praticamente jogando a toalha.
Um discurso que seria diferente se CR7 tivesse conseguido levar, sozinho, o time nas costas. Apesar de ter ido mal na estreia contra a Alemanha na goleada sofrida por 4 a 0 , tinha crédito pela temporada que fez pelo Real Madrid. Ontem, porém, ficou evidente que por mais que tente, não joga sozinho. Os companheiros, em um patamar abaixo, não ajudaram.
Quando pegava na bola, além dos gritos histéricos das torcedoras manauaras, saía em arrancada rumo ao gol. Isolado. Quando passava a bola, inevitavelmente as jogadas tinham fim nos pés de Élder, que pouco fez a não ser se atrapalhar com a brazuca.
Sorte que contaram com um erro dos EUA. Nani, logo aos 5 minutos de partida, aproveitou a falha de Cameron para ficar sozinho na pequena área e abrir o placar. Os norte-americanos, empurrados por uma empolgada torcida, dominaram o jogo e só não golearam porque faltou pontaria. Mas o gol de empate saiu. Foi aos 19 da etapa final, com Jermaine Jones. E aos 39, Dempsey, de peito, virou.
Quando parecia que estava tudo perdido, tinha de aparecer Cristiano Ronaldo. Ele arrancou pela direita e cruzou na cabeça de Varela, aos 49 minutos, no último lance, para trocar a eliminação pela esperança. "O 2 a 2 no final é reflexo de nosso esforço, que foi muito grande em condições extremamente difíceis. Agora temos de acreditar em todas as nossas possibilidades, que são poucos nesse momento", falou o abatido técnico Paulo Bento.
O golpe no final para os EUA foi relativado pelo meia Dempsey, que atou com o nariz quebrado e sem máscara de proteção. "Tivemos um bom desempenho, jogamos bem. Perdemos os três pontos, mas somamos um e estamos bem no grupo".
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