Ícone dos protestos contra gastos públicos com a Copa, o Estádio Nacional Mané Garrincha tem hoje uma estreia modesta na competição. A mais cara arena construída para o Mundial abre, às 13 horas, o quarto dia de partidas com o jogo entre Suíça e Equador, pelo Grupo E, que ainda conta com França e Honduras. O nível melhora com os demais seis jogos programados, mas a dúvida persiste o que será da estrutura após o torneio?
Confira as escalações de Suíça e Equador
Ao lado dos estádios de Natal, Manaus e de Cuiabá, o de Brasília continua como forte concorrente para entrar para o time de elefantes brancos da Copa com a diferença de que é bem maior e oneroso que os "colegas". Se depender só do futebol local, a escalação é certa. Em 2014, o Distrito Federal tem apenas um representante nas quatro divisões do Campeonato Brasileiro o Brasiliense, que no ano passado caiu da Série C para a D.
Estimado inicialmente em R$ 696 milhões, o custo do Mané Garrincha teve vários saltos. Pulou para R$ 1,015 bilhão às vésperas da Copa das Confederações, chegou a R$ 1,4 bilhão na virada de 2013 para 2014 até que, em março, o Tribunal de Contas do Distrito Federal fez uma reestimativa para R$ 1,9 bilhão.
O relatório do órgão apontou ainda indícios de superfaturamento de R$ 431 milhões. Pelo levantamento, houve irregularidades como compra indevida de materiais, erro no cálculo de transporte e abono de multa pelo atraso na conta de entrega da obra. O governo do Distrito Federal contesta as acusações e atesta que o valor final da obra é de R$ 1,4 bilhão.
Maravilha
Logo ao abrir a entrevista coletiva de ontem, pouco antes do reconhecimento do gramado, o técnico da Suíça, Ottmar Hitzfeld, se disse admirado com o tamanho da arena. "É um estádio maravilhoso, que nos dá condições de fazermos uma excelente estreia", disse. Perguntado sobre as ambições da Suíça para o Mundial, o treinador foi pouco ambicioso. Disse que o "sonho" é passar para as oitavas de final. Pelas últimas estatísticas, no entanto, é possível voar mais alto. A Suíça já disputou nove Copas (incluindo a de 1950, quando ficou em sexto) e ocupa atualmente a sexta colocação no ranking da Fifa, o que garantiu a cabeça de chave do grupo.
Do outro lado, os equatorianos chegam para o confronto com moral elevado após empatarem com a Inglaterra, por 2 a 2, no último jogo antes da competição. "Temos toda consciência do nosso potencial e de que temos um grupo muito solidário", declarou ontem o técnico Reinaldo Rueda. Principal jogador da seleção, o meia Valencia, do Manchester United, está confirmado no time titular, assim como o zagueiro Erazo, que é reserva do Flamengo. O Equador joga a terceira Copa e ocupa o 26.º lugar no ranking da Fifa.