Couto à disposição
Vilson Ribeiro de Andrade, vice-presidente do Coritiba, em entrevista ontem à rádio Transamérica, mostrou-se disposto a ter o Atlético como inquilino durante as obras na Arena para a Copa. "Vamos conversar. Estou sempre aberto ao diálogo. Se a CBF exigir, a gente pode locar [o Couto Pereira]. Evidentemente vamos impor condições legais para cedê-lo a qualquer clube de futebol".
A reunião entre conselheiros do Atlético realizada na noite de ontem, na Arena da Baixada, além de ter definido o início dos trabalhos da comissão da Copa do Mundo, tornou ainda mais evidente o racha político no clube. Quem saiu em vantagem foi o grupo de Mario Celso Petraglia, que conseguiu ter seus nomes aprovados pela maioria dos cerca de 100 presentes e poderá começar a trabalhar efetivamente na engenharia financeira para as obras no estádio para o Mundial de 2014.
A comissão, capitaneada pelo ex-presidente e candidato declarado à sucessão do clube, tem também os conselheiros Lauri Antonio Pick, Aguinaldo Coelho de Farias, José Cid Campêlo Filho, Antonio Augusto Biazetto, Marcio Lara, Nelson Fanaya Filho, Antonio Carlos Bettega e Briuno Miraglia. Todos foram indicados por Petraglia. O colegiado, porém, fica submisso ao Deliberativo do Furacão.
"É um assunto extremamente polêmico, que envolve grandes valores, por isso reuniões quase intermináveis. Mas, no final, deu tudo certo", ressaltou Petraglia. "Agora temos autonomia e autoridade para começar a trabalhar", ressaltou Petraglia, informando que o próximo passo será a regularização da Sociedade de Propósito Específico (SPE), pessoa jurídica que o clube terá de formar para receber empréstimos.
O encontro, que visou esclarecer pontos da proposta aprovada em 25 de julho, quase foi adiado por uma proposta liderada pela ex-vice do Rubro-Negro, Yára Eisenbach, que saiu recentemente do cargo diretivo. Ela reuniu as assinaturas de 27 conselheiros, mas não obteve sucesso.
Petraglia, durante os esclarecimentos, reclamou que nada foi feito nos últimos dois anos com relação à Copa. Foi rebatido pelo ex-vice Enio Fornea, que alegou problemas de diálogo por parte do poder público, sócio do Atlético na ampliação e adequação do estádio para o Mundial.
Uma das preocupações demonstradas por vários conselheiros é que há rumores da utilização do CT do Caju como garantia dos empréstimos que o clube terá de tomar para bancar as obras, previstas para serem concluídas até março de 2013.
Um novo encontro foi pré-agendado para 27 de setembro. Até lá, a construção não sairá da maquete.