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O Estádio Olímpico de Fisht, que recebeu a Olimpíada de Inverno neste ano, será um dos palcos da Rússia na Copa do Mundo | Wolfgang Rattay/ Reuters
O Estádio Olímpico de Fisht, que recebeu a Olimpíada de Inverno neste ano, será um dos palcos da Rússia na Copa do Mundo| Foto: Wolfgang Rattay/ Reuters

O Mundial no Brasil gerou um efeito colateral em parte da população: disseminou a compulsão por repetir assim que possível a experiência de estar em uma Copa do Mundo. "Assim que possível" será daqui a quatro anos, na Rússia.

INFOGRÁFICO: Veja detalhes sobre a Copa da Rússia

O próximo país-sede, que hoje vive conflitos políticos com a vizinha Ucrânia e vê sua economia desacelerar, vem se preparando para receber os torcedores da melhor forma possível em 2018. Entre outras medidas, o comitê organizador concentrou os 12 estádios em 11 cidades da região ocidental do país; regionalizou a primeira fase de jogos para facilitar o deslocamento das seleções e do público; e facilitou a entrada dos turistas com ingressos para as partidas – não precisarão de visto para entrar no país.

Aos brasileiros que se empolgaram com o clima de "festa das nações" nos dias de jogos e já decidiram que vão estar na Rússia, quatro anos pode parecer muito tempo para começar a se programar – ainda mais considerando que nem sequer a seleção nacional começou sua jornada em busca da classificação –, mas para assistir aos jogos com conforto e sem dívidas futuras, já é hora de começar a fazer os cálculos e economizar.

"Temos um grupo de cerca de 50 torcedores que desde o ano passado já faz depósitos mensais de 100 dólares pensando no próximo Mundial. Quem vai a uma Copa vira público cativo do evento. Na Rússia, alimentação e deslocamento serão caros, então é importante antecipar o planejamento", destaca o diretor-geral da Meridiano Viagens e Turismo, André Luiz Macias.

Ainda sem as contas feitas, o gerente de logística Arnaud Maurebrun, 34 anos, quer reduzir os custos com as viagens de uma cidade para outra para acompanhar os jogos do Brasil e da França. "Vamos em um grupo de seis casais e talvez locar um motorhome seja a solução. A ideia ainda é embrionária. Vamos pesquisar roteiros e custos e começar a economizar", conta. A vontade de estar no próximo Mundial veio da diversão que ele e a esposa tiveram ao assistir aos jogos no Brasil neste ano. Viram também a vitória da França sobre Honduras por 3 a 0, em Porto Alegre.

Segundo especialistas, o primeiro passo para transformar a empolgação inicial em projeto é montar um orçamento. "É interessante investir em uma aplicação de renda fixa, como a poupança. Faz-se poupança para comprar casa, carro. Por que não para ir à Copa? O número que se tem de ter em mente é US$ 15 mil [aproximadamente R$ 35 mil], incluindo passagens, ingressos, deslocamento interno, hospedagem em hotel, custos diários, alimentação. Esse valor, divide-se pelos próximos 48 meses", ensina o professor de Finanças da Fundação Getulio Vargas (FGV) Sérgio Bessa.

Nessa estimativa, é necessário economizar R$ 700 a cada mês por pessoa para aproveitar os 30 dias de Copa na Rússia com conforto. Há maneiras de diminuir custos. A venda de ingressos só começa um ano antes do evento, mas em pacotes, o valor é menos que a compra do bilhete avulso. Também é possível abrir mão de hotéis e procurar opções como hostels ou pousadas. Para quem viajar em grupos, locar casas ou apartamentos também ajuda.

As passagens de avião, explica a coordenadora de produtos internacionais da Schultz Operadora de Turismo, Ediana Moura Franco, podem ser compradas com menos de um ano de antecedência do embarque. Uma estimativa possível é acrescentar 25% sobre o valor atual dos voos, que gira em torno de R$ 3,3 mil ida e volta. "Cogite pelo menos US$ 150 dólares [cerca de R$ 348] por diária em hotel e US$ 150 de gastos por dia para uma viagem tranquila", ensina.

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