Polêmica
Maquinário custa cargo de engenheiro
A perfuratriz hidráulica da Geotesc chegou à Arena pouco antes do evento de lançamento das obras do estádio, no dia 4 de outubro do ano passado. Marco inicial que ganhou forte contorno político, ao contar com a presença do governador Beto Richa e do prefeito Luciano Ducci, além dos representantes do Atlético, todos posando para fotos na futura sede do estado para a Copa do Mundo do Brasil.
Mais tarde, a máquina acabaria envolvida numa polêmica. Em janeiro deste ano, Mario Celso Petraglia, já na condição de presidente do Rubro-Negro, decidiu demitir o engenheiro Flávio Vaz, responsável pela reformulação da Baixada e funcionário do clube desde 2006. O motivo do desligamento seria, justamente, o aparecimento da dívida com o aluguel da Geotesc. O Atlético não confirma o motivo.
Câmara vota Lei Geral na terça
O projeto da Lei Geral da Copa deve finalmente ser discutido e votado pela comissão especial da Câmara dos Deputados na próxima terça-feira, após alterações feitas pelo relator, o deputado Vicente Cândido (PT-SP), em itens que desagradavam ao governo federal.
Na nova versão do projeto, durante o Mundial e também na Copa das Confederações os estudantes deixam de ter direito à meia-entrada. Mas poderão adquirir bilhetes na faixa de US$ 25 (R$ 42,75), assim como idosos e beneficiários do Bolsa Família e grupos sociais como os indígenas.
A Fifa tem a expectativa de que a Lei Geral seja sancionada no mês de março, mas é possível que demore mais do que isso.
A Geotesc, empresa catarinense que realizaria as fundações da reforma da Arena para a Copa do Mundo, decidiu abandonar a obra na noite de ontem. Motivo: falta de pagamento.
De acordo com o advogado da companhia, Diego Alexandre Pereira, a diretoria do Atlético ainda não honrou nada pelo aluguel do uso da perfuratriz hidráulica estrutura usada para perfurar o solo.
O equipamento chegou ao antigo estacionamento do estádio no início de outubro, quando do lançamento da nova fase da edificação rubro-negra, evento com a presença de autoridades políticas do estado. Nenhum buraco foi feito, pois o clube foi sempre adiando o início das perfurações.
A companhia não quis confirmar o valor, mas a dívida atleticana giraria em torno de R$ 500 mil. Este montante compreenderia as diárias de locação da máquina (R$ 4 mil), testes e a produção de armaduras para serem utilizadas quando as perfurações fossem iniciadas.
"Prefiro não entrar nesses detalhes, mas enviamos quinzenalmente ao clube as faturas do aluguel", garante Pereira.
Procurado pela reportagem da Gazeta do Povo, o Furacão não reconhece o acerto com a Geotesc e afirma que não vai pagar nada.
"Não assinamos contrato nenhum. Não existe nada devido. Se quiserem cobrar, que façam isso judicialmente. O Atlético não vai pagar nenhum tostão", declara José Cid Campêlo Filho, conselheiro jurídico da CAP/SA, sociedade anônima responsável por tocar a obra de conclusão da Baixada.
Campêlo complementa: "Eles colocaram a máquina antes do tempo. Faltaram os ajustes finais do contrato. Não se trata de falta de dinheiro ou de qualquer outro problema, mas qualquer situação com essa empresa vai ser resolvida no âmbito jurídico, não há dívida alguma".
A companhia rebate as afirmações do dirigente do Atlético: "Temos a contratação. Foi dado aceite em propostas. Temos documentação de contratação da obra. Representantes da empresa participaram de diversas reuniões do projeto", afirma Pereira.
Ele vai além, afirmando que a associação tentou um acerto financeiro para se livrar do débito. "O presidente [do Atlético, Mario Celso Petraglia] veio até a sede da nossa empresa [em Balneário Camboriú, Santa Catarina], só que nos ofereceu um valor irrisório".
Diante desse quadro, a Geotesc estava providenciando a retirada da perfuratriz na noite de ontem, após ter entregado uma notificação extrajudicial na sede administrativa do clube.
O imbróglio, porém, não afeta os trabalhos que estão sendo realizados atualmente na praça esportiva, como a retirada da cobertura metálica.
Entre diversas obras pelo Brasil inteiro, a companhia catarinense participou da construção da Arena Pantanal, em Cuiabá, outro estádio que servirá de sede para o Mundial de 2014.
Colaborou Cícero Bittencourt.
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