Um grupo com pouca história no futebol nacional, mas com ampla vivência na elite mundial terá a missão de, dentro de casa, dar ao Brasil o hexacampeonato. Luiz Felipe Scolari anunciou, ontem, os 23 convocados para a Copa de 2014. Uma lista sem grandes surpresas, que apresenta como principal arma a larga experiência internacional, predominantemente na Europa, onde jogam os maiores candidatos a impor ao país um novo Maracanazo.
Os convocados têm, em média, seis temporadas fora do Brasil, contra quatro defendendo equipes nacionais. Victor, terceiro goleiro, é o único da lista a jamais ter jogado no exterior. Dos outros 22, dez foram para fora com menos de 20 anos. Um deles, Hulk, é o caso mais extremo.
Titular da seleção, ele fez duas partidas como profissional pelo Vitória, em 2004, transferiu-se para o Japão aos 18 anos e de lá foi para o futebol europeu, aos 22. Há dez anos no exterior, tem mais jogos oficiais no Brasil com a seleção (cinco, pela Copa das Confederações) do que por clubes. Daniel Alves passou seis meses no profissional do Bahia e foi para a Espanha, onde está há 12 anos. Lateral-esquerdo reserva, Maxwell jamais jogou profissionalmente por um clube brasileiro. São 13 temporadas de Europa.
A longa bagagem europeia faz com que a seleção esteja habituada a encarar adversários e estilos de jogo que estarão no caminho brasileiro na Copa. Marcelo tinha apenas um ano de profissional no Brasil quando transferiu-se para o Real Madrid, em 2006. No clube espanhol, é companheiro de Modric, cérebro da Croácia, oponente da estreia; Casillas, Sergio Ramos e Xabi Alonso, titulares da campeã mundial Espanha; Cristiano Ronaldo, melhor do mundo e astro de Portugal; e Di María, expoente da rival Argentina.
Neymar e Daniel Alves dividem vestiário no Barcelona com o craque argentino Messi e a base tanto de jogadores como estilo de jogo da seleção espanhola. David Luiz, Oscar, Ramires e Willian são companheiros no Chelsea de Samuel Etoo, astro de Camarões, último adversário da primeira fase. Dante é zagueiro do Bayern de Munique, base da seleção alemã.
"Esses jogadores não vão sentir tanto a diferença de jogar uma liga europeia, ou um campeonato forte, de jogar uma Copa do Mundo. Confio nesse grupo", afirmou Scolari.
Experiente por clubes, o grupo de 2014 também será um mais velhos a defender o Brasil em uma Copa. A média etária de 27,8 anos só é inferior às de 2010 (28,7) e 2006 (28,2). Entre as seleções brasileiras campeãs, a mais velha é a de 1962: 27,3.
O time do bi no Chile, porém, tinha 14 jogadores que já havia disputado Copa. Do atual, seis já estiveram em um Mundial. Nenhum foi campeão. Somente Julio Cesar foi a dois, com cinco jogos. Fred fez uma partida em 2006. Daniel Alves, Maicon e Ramires jogaram em 2010. Thiago Silva também foi à África do Sul, mas não entrou em campo. Para atenuar essa carência, Felipão projeta um ciclo de palestras.
"Vamos passar a experiência da nossa comissão técnica, convidar ex-campeões mundiais para falar com os jogadores. Personagens com uma bagagem muito boa para que venham dar palestras. Para que tenhamos um ambiente bom, de experiências de uma Copa do Mundo", anunciou o treinador.
O último elemento será a conexão com a torcida. Scolari espera que, a exemplo da Copa das Confederações, os brasileiros abracem uma seleção de jogadores que eles estão mais acostumados a ver pela televisão: "O público jogou conosco e foi importante. Se tivermos de novo essa empatia, jogando com dedicação, mostraremos que queremos chegar à final."
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