Alto poder de fogo embala a campanha germânica
Miroslav Klose é o principal ícone de uma geração marcada pelo ótimo poder ofensivo. Nas duas últimas Copas, em 2006 e 2010, a Alemanha teve o melhor ataque da competição, com 14 e 16 gols, respectivamente. Na disputa deste ano, o feito vai se repetir, muito graças ao Brasil ou melhor, à incrível goleada por 7 a 1 diante dos donos da casa, na semifinal.
Os alemães já haviam sido a equipe com mais gols nas Eliminatórias (36), considerando todos os continentes. Neste Mundial, foram 17 bolas na rede em seis jogos. É o ataque mais positivo de uma seleção no torneio desde 1970, quando o Brasil comandado por Pelé terminou a Copa com 19 gols marcados. Se fizer mais três na decisão diante da Argentina, no domingo, no Maracanã, os germânicos vão superar a equipe verde-amarela que conquistou o tricampeonato mundial.
Os sucessores de Klose, que vai se aposentar da seleção, estão mostrando serviço. O centroavante Schürrle, de 23 anos, fez três gols na competição. Thomas Müller, porém, é o protagonista no setor ofensivo. O atacante de 24 anos que já foi um dos artilheiros do Mundial de 2010 tem cinco gols, somente um a menos do que o colombiano James Rodríguez, o principal goleador da Copa até o momento.
O desempenho dos jovens deixa Klose tranquilo ao projetar o futuro da seleção alemã. "Sempre haverá uma geração nova e mudanças. Na Alemanha, há um trabalho intenso, investimos uma quantidade grande de dinheiro no desenvolvimento dos jovens no futebol. Estamos recebendo o retorno disso", analisa o veterano.
"Olho para os meus colegas jovens e eles são realmente maduros, mesmo que tenham apenas pouco mais de 20 anos. Eles merecem o lugar onde estão em nossa seleção", reforçou.
Dribles vistosos e jogadas de habilidade não estão no repertório do atacante Miroslav Klose. O alemão não é considerado craque, mas é muito eficiente naquilo que se propõe a fazer em campo: gols. Ao balançar as redes na goleada por 7 a 1 diante do Brasil, na última terça, ele tornou-se o maior artilheiro da história das Copas. No domingo, na final contra a Argentina, ele quer coroar de vez a trajetória na seleção com o título mundial.
A partida no Maracanã será a última do jogador de 36 anos com a camisa da Alemanha. A primeira aparição e o primeiro gol pelo time nacional ocorreram em março de 2001. Polonês de nascença, um mês antes ele havia sido convidado para defender a equipe da terra natal. Disse não e preferiu o país em que mora desde os oito anos. Melhor para os germânicos.
Depois de 13 anos, Klose hoje ostenta o posto de principal goleador da seleção alemã em todos os tempos, com 71 gols. Os torcedores se acostumaram a vibrar com as cambalhotas no ar, marca registrada em suas comemorações. No Mineirão, quando marcou o 16.º gol dele em Copas e superou o brasileiro Ronaldo, o atacante não repetiu o gesto. "Não estava inteiro para saltar", contou o atleta, que acumula 136 jogos pelo país.
Além disso, os vários abraços recebidos dos companheiros também impediram qualquer movimento. Os jogadores sabem da importância de Klose. Ele é o mais experiente do grupo, o único que já disputou uma final de Mundial, em 2002, quando a Alemanha foi derrotada pelo Brasil.
"Os feitos dele significam muito para todo o elenco. O trabalho dele é bem feito e, com 36 anos, ele ainda é muito perigoso", elogiou o técnico Joachim Löw, que passou a escalar o camisa 11 no time titular a partir das quartas de final, contra a França.
Diante do adversário da decisão, Klose tem um bom retrospecto. Nas Copas de 2006 e 2010, em dois duelos de quartas de final, ele marcou contra a Argentina e os europeus eliminaram o rival sul-americano. Se voltar a fazer gol, será um ótimo sinal para o alemães. Afinal, a seleção nunca perdeu quando Klose estufou as redes: em 47 jogos, 41 vitórias e 6 empates.
"Vou desfrutar dos recordes no futuro. Agora é a hora de pensar na final. É nossa vez de levar a Copa do Mundo para a Alemanha", disse, confiante em uma despedida ideal para ele. "Sei como é uma m... perder uma final."
Retrospecto
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