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Principais candidatos ao Pa­­lácio do Planalto, Dilma Rousseff (PT), Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB) vão atuar na defensiva durante a Copa do Mundo. Apenas a presidente vai comparecer à estreia – ainda assim, mais por necessidade formal do que por estratégia eleitoral. A leitura política dos três, e de candidatos pelo país afora, é de que será necessário apoiar a seleção, mas sem associar-se à competição.

Vaiada na abertura da Copa das Confederações, ano passado, Dilma será protagonista do primeiro momento de suspense da partida entre Brasil e Croácia. É garantido que ela não vai discursar. Mas há dúvidas se fará pelo menos o anúncio protocolar de abertura do Mundial e até mesmo se será anunciada pelos alto-falantes.

Ao não fazer pronunciamento, Dilma vai quebrar um protocolo que acompanhou as últimas cinco edições da Copa. Desde 1994, nos EUA, o presidente ou o primeiro-ministro do país-sede faz uma fala – normal­mente exaltando as qualidades da nação anfitriã ou a esportividade.

No últi­mo Mundial, o pre­­sidente sul-africano, Jacob Zuma, fez um discurso infla­mado sobre a importância da realização da competição, pela primeira vez, no continente africano.

O receio de Dilma é ampliado por um problema comum entre ela e a seleção – a hostilidade do público paulista. Pesquisa Datafolha divulgada ontem sobre a cor­­rida presidencial, apenas com entrevistas em São Paulo, mostra que ela tem 23% das intenções de voto no estado, em empate técnico com Aécio, que tem 20%. No plano nacional, os índices dos dois, respectivamente, são de 34% e 19% – Campos tem 7% em todo país e 6% entre os paulistas.

A escalada nas sondagens mais recentes, contudo, não empolgou Aécio. Famoso festeiro e torcedor do Cruzeiro, ele vai assistir ao jogo em uma clínica no Rio de Janeiro, junto com a mulher e os dois filhos gêmeos. Nascidos prematuramente no sábado, os bebês estão sob cuidados especiais.

Campos também adotou uma tática familiar. Vai acompanhar todos os jogos do Brasil na primeira fase em casa, junto com a mulher e os filhos. Aécio ainda cogita comparecer a algum jogo da seleção no Rio ou em Belo Horizonte, mas jogou a decisão mais para frente.

No ano passado, o presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) usou avião oficial para viajar com mais 14 convidados e acompanhar a final da Copa das Confederações, no Maracanã. O governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), também usou aeronave do estado para ir ao jogo – segundo ele, para participar de uma reunião de trabalho antes da partida. Alves acabou devolvendo R$ 32 mil à União como ressarcimento das passagens.

Principal adversária de Richa na sucessão estadual, a senadora Gleisi Hoffmann (PT) era ministra da Casa Civil em 2013 e acompanhou Dilma na estreia do Brasil na competição, contra o Japão. Para hoje, a programação é ver a seleção com membros da juventude do PT no clube Urca, em Curitiba.

Ficar longe de circulação também é uma fórmula para evitar o contato físico com os protestos. Pelo menos seis grandes manifestações estão marcadas para hoje. Três delas são no Rio, onde estará Aécio. As outras são em Brasília, em Salvador e em São Paulo – na frente da estação de metrô Carrão, a cinco paradas do Itaquerão, onde estará Dilma.

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