Desapropriações entram na fase final
O processo das desapropriações dos imóveis em volta da Arena entrará na reta final esta semana. É quando deve acabar o período de vistorias para avaliações das residências e começarem as reuniões para determinar o valor de cada indenização.
São 12 imóveis, todos ocupados, que serão desapropriados de acordo com o decreto 1.957 (8/12/2011). Além deles, outras quatro matrículas sofrerão algum tipo de readequação, com desapropriações parciais. Ao todo, 2.669 m² passarão a pertencer ao terreno atleticano a contrapartida será ceder um espaço ao poder público, provavelmente uma sala à secretaria municipal do Esporte, Lazer e Juventude.
"Os diálogos estão acontecendo. Já temos avaliações, mas agora o proprietário também tem direito de fazer a sua", afirma Luiz de Carvalho, secretário municipal para Assuntos da Copa. Sobre as adequações, ele garante estar tudo bem adiantado. "São condomínios que serão afetados em uma faixa muito pequena, de um ou dois metros."
O espaço é necessário para adequar a Arena às exigências da Fifa para acessibilidade, segurança e, principalmente, espaços exclusivos leia-se, circulação de convidados vips. Motivos que ainda não convenceram os moradores. "É bem desconfortável. Se me perguntar, eu não quero. Mas, como não tem saída, agora temos de esperar a negociação. Há todo um sonho que fizemos aqui. Uma parte da nossa vida construída que perderemos", lamenta Fernando Leludak, consultor de empresas que mora há 12 anos no local. (MR)
A conclusão da Arena continua envolta em dúvidas. Ao contrário das promessas de transparência às vésperas da eleição do Atlético, em dezembro, a nova diretoria rubro-negra tomou o caminho inverso ao alardeado e mantém silêncio quase absoluto sobre o processo que envolve a obra. As poucas informações sobre a reforma, dadas antes do pleito, não se encaixam mais tão bem um mês depois.
Um exemplo é o valor total que o Atlético gastará para deixar o estádio pronto para a Copa de 2014. Nos números dados pelo novo presidente, Mario Celso Petraglia, o investimento não passaria de R$ 184 milhões. De acordo com matéria publicada na sexta-feira pela Gazeta do Povo, porém, um orçamento pedido pelo próprio clube aponta um custo maior.
O valor utilizado pelo cartola bate com o orçado por Flávio Vaz, então engenheiro do projeto, em setembro. Um mês depois, entretanto, preenchendo novas obrigações, Vaz teve de refazer o levantamento, que acabou ficando em R$ 232.476.141. Por exigência da Fifa, esse valor ainda teria de ser acrescido de 5% por uma nova certificação, o que elevaria o montante para R$ 244 milhões. A conta ainda sofreria um decréscimo de 10% a 15%, pela isenção de impostos, mas não ficaria abaixo dos R$ 207 milhões.
Petraglia, em entrevistas e para o conselho do clube, afirmou que se valerá de seu poder de negociação e da isenção de impostos para chegar ao valor menor.
"Não há nenhuma possibilidade de aumentar. Nós já encaminhamos para todos os envolvidos o orçamento. São R$ 184 milhões", garantiu em dezembro.
Outro item que apresenta duas versões é o valor real do potencial construtivo créditos imobiliários cedidos pelo município. Há diferença entre o que foi acordado entre prefeitura e Atlético e o mencionado pelo presidente do CAP. Estabelecido na Lei Ordinária n.º 13.620 (de 9/11/2010), o valor aprovado pela Câmera de Vereadores foi de, no máximo, R$ 90 milhões.
Petraglia, no entanto, sempre se refere aos títulos como se equivalessem a R$ 120 milhões uma readequação aos dois terços da avaliação do dirigente sobre o custo para a finalização da Arena. Mas, de acordo com a legislação criada, a única correção permitida ao potencial construtivo é baseada no CUB (custo unitário básico de construção).
A pedido da Gazeta do Povo, o Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado do Paraná (Sinduscon-PR) aplicou a correção devida no período, de 8,82%, nos papéis. E o valor não ultrapassa os R$ 100 milhões permanecendo uma diferença de mais de R$ 20 milhões.
"A lei autorizou R$ 90 milhões. Como não foi alterada, são os R$ 90 milhões corrigidos pelo CUB", afirma Luiz de Carvalho, secretário municipal para Assuntos da Copa. Ele não demonstra preocupação com a divergência. "É exatamente o que prevê a lei. É a lei que vale. Ninguém irá contra isso."
O empréstimo no BNDES é outra questão com várias versões, sem que nenhuma até agora tenha sido confirmada oficialmente. O que se sabe é que o clube, via governo estadual, tenta obter R$ 123 milhões, mas a fase do processo e as garantias são apenas suposições.
Por fim, o portal de transparência prometido no discurso de posse foi lançado na quarta-feira (www.arenacap.com.br) por enquanto sem nenhuma informação relevante. No dia anterior, a reportagem tentou ouvir o clube, mas não obteve êxito. Desta forma, todos os questionamentos acima inclusive a falta do portal foram encaminhados diretamente ao e-mail de Mario Celso Petraglia, com cópia para a assessoria de imprensa. A resposta não veio, mas o portal "provisório", como o próprio se define, parecendo uma espécie de blog, enfim saiu do papel.
Antes disso, o site do clube, veículo oficial de comunicação utilizado pela diretoria, também não tratava com transparência o assunto Copa. Na semana passada, por exemplo, ocorreu a demissão do engenheiro responsável pelo projeto da Arena, Flávio Vaz. Até agora, nem a demissão e nem o nome do novo profissional que tocará a obra foram divulgados.
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