Uma semana após vir à tona o salto de 13,2% no orçamento da Arena, de R$ 184,6 milhões para R$ 209 milhões, o poder público, responsável por bancar dois terços da conclusão do estádio rubro-negro, ainda busca entender os motivos do acréscimo. Responsável pela secretaria municipal da Copa do Mundo, Reginaldo Cordeiro vai aproveitar a visita de representantes da comissão de fiscalização de estádios do Comitê Organizador Local (COL), nesta quarta-feira (3), às 10 horas, às obras, para buscar esclarecimentos.
O teto retrátil incluído no projeto foi apontado, na semana passada, como o gatilho para o aumento na planilha, de acordo com a Fomento Paraná, autarquia do estado responsável por intermediar o empréstimo com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Já o presidente do clube e da CAP S.A. (sociedade de propósito específico criada para gerenciar a obra), Mario Celso Petraglia, atribuiu o encarecimento à atualização de preços excetuando a cobertura nessa conta.
"Tínhamos para nós que esse aumento foi causado pelo teto retrátil, mas até já esperávamos esse novo discurso. Então, queremos saber se foi um realinhamento de custos, se houve ampliação estrutural ou um aumento mesmo puxado pela inflação. Realmente fomos pegos de surpresa com esse reajuste", disse Cordeiro.
Segundo ele, a secretaria não foi informada oficialmente e espera análise dos dados para saber se parte deste valor caberá ao município, um dos vértices do acordo tripartite para conclusão do estádio. "Se houver aumento na contrapartida, precisará ir para estudo do prefeito e para apreciação da Câmara", comentou.
Hoje, a Comissão da Copa da casa legislativa se reúne para discutir a falta de resposta do Atlético a um pedido oficial de informação sobre o andamento da reforma. A respeito do aumento nos custos, o vereador Pedro Paulo (PT) assegura que não haverá revisão no repasse público dos valores, reajustados no fim de 2012 e limitados a R$ 123 milhões em títulos do potencial construtivo. "O próprio presidente do Atlético garantiu que qualquer aumento seria de responsabilidade do clube", reforçou.
A Fomento Paraná informou, por meio da assessoria de imprensa, que trabalha com apenas um contrato de financiamento no valor de R$ 123 milhões e que qualquer aumento exigiria uma nova operação financeira. O clube não teria solicitado mais recursos.
A agência também informou que a segunda parcela do BNDES, no valor de R$ 25 milhões, deve ser liberada nesta semana.