Comparação
Obras em terminais privatizados estão mais adiantadas
O desempenho da Infraero contrasta com a situação dos aeroportos privatizados, que foram assumidos pela iniciativa privada em novembro do ano passado. Em Guarulhos (SP), 60% das obras estão concluídas, segundo o concessionário Gru Airport; em Brasília, 50%; e em São Gonçalo do Amarante (RN), 54%, de acordo com o consórcio Inframérica. "Os aeroportos concessionados estão muito bem, mas as obras da Infraero têm um baixo índice de execução", reconheceu o ministro da Secretaria de Aviação Civil (SAC), Moreira Franco.
Segundo o ministro, a maior dificuldade que a estatal enfrenta para tocar as obras está ligada à má qualidade dos projetos apresentados pelas empresas licitadas, o que obriga a revisão dos processos. Isso aconteceu no Galeão, em Confins e Fortaleza, disse Moreira Franco. Ele destacou que o atraso não vai comprometer a realização dos Jogos da Copa porque a situação "está bem encaminhada", lembrando os planos de emergência adotados na Copa das Confederações e na visita do Papa. Ainda assim, admitiu que o ambiente não é "satisfatório".
"O problema é que isso prejudica o esforço que estamos fazendo de garantir ao passageiro serviço contemporâneo ao tempo que ele vive, que é o século XXI. O esforço que venho fazendo é no sentido de encontrar soluções que permitam um ritmo adequado de obras", disse Moreira.
6,19% das obras do terminal de passageiros do aeroporto Afonso Pena estão realizadas. Os trabalhos foram concluídos no pátio. Mesmo com o atraso, o término está previsto para maio do ano que vem.
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A nove meses da Copa da Mundo, as obras nos aeroportos das cidades-sede dos jogos que estão sob a administração da Infraero ainda patinam. Levantamento da estatal mostra que essas obras estão atrasadas em sete dos oito aeroportos geridos por ela. O problema maior é na ampliação dos terminais de passageiros, o que causa desconforto aos usuários. No Galeão (RJ), as reformas dos dois terminais estão na casa dos 30% do que foi previsto e, ainda assim, é onde os trabalhos estão mais adiantados. Em Porto Alegre (RS), a obra de ampliação do Terminal 1, estimada em R$ 153,39 milhões, nem começou, mas a Infraero mantém o cronograma de conclusão para maio de 2014.
Em Curitiba, apenas 6,19% das obras de ampliação do terminal e do sistema viário no Aerioporto Afonso Pena, com custo de R$ 184 milhões, foram executados. Mesmo com o atraso, a conclusão está prevista para maio do ano que vem. Em Salvador (BA), o nível de execução da reforma e adequação do terminal de passageiros está em 20,2%. No aeroporto de Cuiabá (MT), foram executados apenas 23,09% da obra de ampliação do terminal de passageiros, sistema viário e estacionamento.
O problema se repete em Fortaleza (CE), onde apenas 24,8% da obra de ampliação do terminal e sistema viário avançaram. Em Confins (MG), foram executados somente 31,27% do previsto na ampliação do terminal de passageiros, orçada em R$ 224,45 milhões.
Em todos os aeroportos administrados pela Infraero, as obras que mais andaram foram as intervenções em sistemas de pátio, pista e torre de controle. Mas, mesmo assim, somente foram concluídas no aeroporto de São José dos Pinhais. Em Porto Alegre, somente 0,76% da ampliação da pista de pouso e de táxi avançou. Em Confins, o porcentual de execução nas obras no sistema de pátio e pista de pouso é 18,68% e no terminal remoto que abriga a aviação geral, de apenas 1,99%. Neste caso, a Infraero também mantém o cronograma de conclusão para março de 2014.
Dificuldades
O professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Elton Fernandes lembra que a Infraero sempre teve dificuldades de execução e continua não conseguindo realizar as obras. "A Infraero não recebe multa, conforme está previsto para os concessionários privados se eles não entregarem as obras dentro dos prazos, a tempo da Copa, por exemplo. Nada acontece", destacou.
A Infraero informou, via assessoria de imprensa, que a empresa está "empenhada no cumprimento do cronograma de obras". Alegou ainda, que, no Galeão, em Salvador e Porto Alegre, a situação não é tão grave, como em Confins, por exemplo, onde o problema é falta de capacidade do aeroporto.
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