Estufa do Jardim Botânico, principal ponto turístico de Curitiba, ganhou ontem as cores verde e amarela para celebrar a participação da cidade no Mundial de 2014| Foto: Hedeson Alves/ Gazeta do Povo

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Ronaldo faz lobby por SP

"Ronaldo é melhor que Pelé." Era o coro de um grupo de crianças que participou, ontem, em São Paulo, da ativação do relógio que faz a contagem regressiva de mil dias para o início da Copa-2014.

O coro deu o tom da disputa entre a capital paulista, Belo Horizonte e Brasília, que pleiteiam a abertura do Mundial. O ex-atacante tomou parte em favor dos paulistanos (a presidente Dilma Rousseff e Pelé participaram de evento oficial em Minas, e Brasília fez show com Cláudia Leitte, Daniela Mercury e a banda Restart).

Ronaldo protagonizou uma série de atividades ligadas ao evento da Fifa. Primeiro, fez, de trem, o percurso entre as estações Luz e Itaquera, em 19 minutos. Depois, ele visitou obras de uma Fatec (Faculdade de Tecnologia) no entorno do estádio corintiano, para reforçar a imagem da arena como polo de desenvolvimento, até a cerimônia para a ativação do relógio. Lá, participou de cobrança de pênalti com o ex-goleiro Leão, um dos campeões mundiais homenageados.

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Greve abusiva

O Tribunal Regional do Trabalho do Rio de Janeiro (TRT-RJ) considerou, em audiência realizada ontem, que a greve dos funcionários das obras do Maracanã, que já durava 17 dias, é abusiva. Com isso, a determinação é que os manifestantes retomem seus postos até a próxima segunda-feira. Os operários, que reclamavam dos salários, da qualidade da alimentação, da falta de médicos no turno da madrugada e pediam reajuste da cesta básica, tiveram de ser contidos no momento em que a sentença foi proferida.

Em Brasília (DF), o Congresso Nacional também aderiu à contagem regressiva para torneio Fifa
O ex-jogador Pelé e a presidente da República Dilma Rousseff visitaram ontem as obras do Mineirão, em Belo Horizonte
Itaquerão começa a sair do papel: Ronaldo virou cabo eleitoral do estádio corintiano
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A celebração, ontem, dos mil dias para o início da Copa-2014 foi uma síntese dos quase 1.500 dias que correram desde a escolha do país para a sede do evento. Houve cobrança por agilidade, lob­­bys, protestos e benesses à Fi­­fa.

A presidente Dilma Rousseff foi quem viveu a primeira saia-justa. Em visita ao Mineirão, candidato para abrir o torneio, a petista se deparou com a paralisação dos operários, ofuscando o tom festivo da cerimônia.

A sucessora de Lula, que estava acompanhada do ex-jogador Pelé, embaixador do torneio Fifa, tentou amenizar o vexame. "O Brasil, como um país democrático, tem de enfrentar a greve normalmente. É uma forma de manifestação", discursou. Ela até po­­sou para fotos ao lado de trabalha­­do­­res para atenuar a situação.

Para ganhar pontos, São Paulo, Belo Horizonte e Brasília, que pleiteiam a abertura do Mun­­dial, imprimiram perfil festivo à simbólica contagem re­­gressiva.

Enquanto festividades similares pipocavam por 10 das 12 cidades-sede (apenas Manaus e Rio ignoraram a data), o secretário-geral da Fifa, Jerome Valcke, reforçava as críticas de maneira polida, tentando não azedar o entusiasmo, mesmo que artificial, dos organizadores do Mundial.

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"Para ser sincero, ainda resta muito trabalho a ser feito, o que é normal quando ainda faltam mil dias para o pontapé inicial. O importante é que tenhamos em mente que temos ainda menos tempo para a partida de abertura da Copa das Confederações em 2013", disse o dirigente, lembrando que parte das melhorias tem de estar pronta já para o evento teste, encurtando o calendário e aumentando a pressão.

A preocupação não é apenas com o andamento dos estádios, mas também das obras de infraestrutura, especialmente dos aeroportos, principal gargalo na mobilidade urbana. "O fundamental é que temos de agir com rapidez e trabalhar de perto com as autoridades e as cidades para possibilitar que tudo aconteça", complementou.

Em meio às celebrações de contagem regressiva para o Mundial, pelo menos um ato deve ter agradado à Fifa. Pouco antes de visitar o Mineirão, Dil­­ma assinou a Lei Geral da Copa – conjunto de regras previamente acertado com a entidade suíça (relativo a direitos de transmissão, proteção de marcas e patentes, comércio, entre outros aspectos operacionais do torneio). A norma precisa ainda ser aprovada pelo Congresso.