Mesmo engravatado, o ex-jogador Ronaldo, hoje membro do COL, bate pênalti em momento descontraído do encontro em Zurique| Foto: Arnd Wiegmann/Reuters

Preocupado com os rumos da Copa do Mundo de 2014, o governo brasileiro deu nesta terça-feira (8) mais um passo rumo à intervenção na organização do Mundial. Em reunião de cerca de seis horas na sede da Fifa, em Zurique, ficou decidido que de agora em diante o governo também fará parte do Comitê Organizador Local (COL). O novo integrante é o secretário executivo do ministério do Esporte, Luís Fernandes, que estava presente no encontro.

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O processo de intervenção do governo havia começado com a saída de Ricardo Teixeira do cargo de presidente da Confederação Brasileira de Futebol. O dirigente, supostamente envolvido em escândalos de corrupção, deu lugar a José Maria Marin. Agora, a principal voz da organização da Copa do Mundo é o ministro do Esporte, Aldo Rebelo.

"Neste encontro em seis horas tivemos uma conversa franca. A primeira decisão é que Luis Fernandes será o representante do governo no COL e o Marco Polo del Nero fará parte do comitê executivo da Fifa. Também decidimos que vamos nos encontrar a cada seis semanas e que o próximo encontro será no Brasil. Queremos ter a certeza de que tudo será perfeito", explicou o secretário-geral da Fifa, Jérome Valcke.

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De acordo com Aldo Rebelo, a reunião serviu para o COL garantir à Fifa que as dificuldades serão superadas. "A Fifa, o governo brasileiro e o COL ajudarão a superar obstáculos e desafios para realizar uma Copa do Mundo à altura da expectativa do Brasil e do mundo. Vamos realizá-la com êxito, em harmonia, em unidade, e administrando nossas diferenças quando estas surgirem, em função do objetivo maior e do objetivo comum, que é fazer uma grande Copa."

Para o ex-jogador Ronaldo Nazário, também membro do COL, o mais importante da reunião foi a integração do "time" que tem governo, CBF, COL e Fifa. "Uma coisa que acho que ficou de mais importante deste dia longo foi a decisão de jogarmos juntos, jogarmos como um time unido. Com a experiência de ex-jogador, digo que um time que não é unido dificilmente ganha."

Com a sua entrada no COL, o governo quer esquecer os problemas do passado - incluindo as desavenças com Valcke -, mas principalmente apagar o período turbulento enquanto a CBF e o COL eram presididos por Ricardo Teixeira.

"A experiência do governo com a Fifa e o COL nos indica um processo que vem sofrendo ajustes, vem sendo aperfeiçoado com êxito para que as soluções necessárias sejam adotadas em função do interesse comum. Se houve lacunas, elas foram preenchidas, se houve desvio de rota, ele foi corrigido. E o importante é olhar para frente", avaliou Aldo.