Arena
Estádio consome secretários
As secretarias especiais do Mundial no Paraná têm em comum o prazo de validade, até julho de 2014, e um mesmo calcanhar de Aquiles.
Por razões diferentes, a Arena consome boa parte da energia dos órgãos que concentram as estratégias para a Copa.
"Certamente é o que demanda mais tempo e reuniões", garante o responsável pela Secretaria Municipal Extraordinária da Copa 2014, Luiz de Carvalho. Ele acompanha um dos assuntos mais delicados do evento: a desapropriação dos imóveis no entorno do Estádio Joaquim Américo.
"Além do valor de mercado, há a questão sentimental, que é difícil de mensurar. Essa sim é difícil de valorizar. É como a perda de um ente querido", reconheceu, em dezembro, quando da publicação do decreto desapropriatório. "Mas é uma obra de interesse público", decretou.
Defensor dos jogos no palco rubro-negro antes mesmo da indicação da praça esportiva, o hoje secretário estadual para Assuntos da Copa do Mundo 2014, Mario Celso Cunha, reconhece que a engenharia financeira para a conclusão da obra no reduto privado movimenta as discussões. "Mas, sem a Arena, não tem Copa. Hoje, o Atlético toca a obra sozinho. O acerto para o empréstimo com o BNDES está quase concluído. Devem ser liberados em 90 dias. Sempre tem assunto", completou. (ALM)
Funcionamento
As centrais da Copa em Curitiba e no Paraná mobilizam outras pastas. Dependendo da demanda, são acionados servidores de outras secretarias que têm ligação com o projeto 2014. Mario Celso Cunha citou, por exemplo, a existência de um quadro de policiais que auxiliam na questão de segurança, alimentando os projetos, informando das ações. Isso acontece também em outras áreas, como saúde, esporte, infraestrutura, educação, meio ambiente e turismo. A estratégia é a mesma dentro dos limites da capital. "Trabalhamos diretamente com o Ippuc, a Guarda Municipal", disse o secretário Luiz de Carvalho. A secretaria estadual comanda ainda o andamento de nove câmaras temáticas, para questões como meio ambiente e turismo.
Separados por 450 metros, em lados distintos no Centro Cívico, os núcleos políticos da Copa do Mundo no Paraná parecem estar a quilômetros de distância quando o assunto é clareza.
Por três dias a reportagem esteve em contato com as pastas municipal e estadual do evento para apurar suas estruturas e funcionamento. Se em poucos minutos todos os dados foram apresentados pela prefeitura, o órgão da gestão Beto Richa não revelou nem a lista com o nome dos seus funcionários, nem seu orçamento.
Em uma semana tensa, após a divulgação pela Gazeta do Povo de um discurso feito há dois anos, no Conselho do Atlético, prevendo o perdão de dívidas que fossem contraídas pelo clube para receber o Mundial, o secretário especial do estado para assuntos da Copa, Mario Celso Cunha, abriu as portas do seu gabinete. Mas sem dados.
Falou da sua agenda concorrida e das muitas atribuições, assumidas em janeiro do ano passado com a posse. Porém delegou à Casa Civil, secretaria à qual está subordinado, repassar as especificações sobre o seu gabinete quanto a pessoal e verbas.
A assessoria da Casa Civil, contudo, devolveu a demanda a Cunha, que não esclareceu os questionamentos da reportagem. "Considerando que a nossa secretaria é especial, ela não tem dotação orçamentária. Nós dependemos dos recursos da Casa Civil, a quem estamos ligados. Contamos com 12 funcionários cedidos por ela", respondeu por e-mail, reforçando as respostas dadas duas vezes pessoalmente.
"Não trabalhamos com grandes despesas. Não fazemos comerciais e nem divulgação paga de nossas ações. As viagens são pagas pelo orçamento da Casa Civil, bem como nossos servidores administrativos", seguiu a mensagem.
A coirmã municipal tem uma estrutura mais enxuta e menos restrições a falar de recursos humanos e financeiros. Encabeçada por Luiz de Carvalho, o órgão conta com três funcionários no gabinete e mais dois assessores: Geraldo da Silva Pereira, delegado aposentado da Polícia Federal e com cargo comissionado, e Suzana Costa, assessora técnica na área de projetos, integrante do quadro do Ippuc.
"O orçamento das secretarias é de R$ 35 mil por mês. Não o meu salário, hein? É tudo", garantiu Carvalho.
Na prática, ambas têm atribuições similares: são mais políticas do que executórias. "Coordenar, fiscalizar e acompanhar todas as ações envolvendo a preparação da Copa do Mundo 2014", disse Mário Celso. Ele ressalta que suas ações estão sujeitas a mais de dez órgãos fiscalizadores como Tribunal de Contas, local e federal, Ministério Público, Ouvidoria, estadual, Ordem dos Advogados do Brasil, entre outros.
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