Cenário sombrio irritou Cunha
A Gazeta do Povo obteve detalhes do encontro envolvendo conselheiros, dirigentes, técnicos e até o prefeito Luciano Ducci (PSB).
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Qual o peso das declarações do secretário para a lisura da Copa no Paraná?
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Amparado pelo Palácio Iguaçu, o secretário estadual para Assuntos da Copa 2014, Mario Celso Cunha (PSB), ganhou um reforço de peso na cruzada para se livrar da polêmica em que se meteu ao declarar que o Atlético poderia ter perdoadas as dívidas caso pegasse dinheiro emprestado do governo federal para a reforma da Arena.
A afirmação foi feita durante uma reunião do Conselho Deliberativo do Rubro-Negro, em 2010, e revelada pela Gazeta do Povo na edição do domingo.
A diretoria atleticana divulgou nota ontem, no início da noite, defendendo o político, que também é conselheiro do clube. "O CAP repele as especulações que sugiram nos últimos dias a partir da divulgação de declarações feitas há dois anos em contexto outro e em tom de observação, nunca de pregação pelo então vereador e conselheiro do clube Mario Celso Cunha", diz o comunicado.
"[Mario Celso] sempre agiu com responsabilidade e dedicação ao esporte e agora, como secretário de Estado encarregado de coordenar as ações para a Copa de 2014 aqui, trabalha com grande empenho para o sucesso do evento", segue a nota, que ressalta também o fato de não existir "qualquer possibilidade, tampouco intenção, de o clube deixar de honrar o compromisso assumido com o banco [Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social BNDES]".
A preleção de Cunha também não ecoou no Centro Cívico. Avisado da controvérsia por Deonilson Roldo, seu chefe de gabinete, o governador Beto Richa (PSDB) preferiu relativizar a questão. A justificativa, segundo a reportagem apurou, é de que o discurso era antigo, de quase dois anos, quando Cunha não pertencia ao quadro funcional do estado era vereador e presidente da comissão que tratava do tema na Câmara.
O debate vinha se resumido à Assembleia Legislativa. Ontem, porém, o pedido de informações do deputado estadual Tadeu Veneri (PT) sobre as condições do empréstimo do BNDES para a conclusão do complexo rubro-negro foi derrubado no plenário da Casa por 34 votos a 8.
Líder do governo, o deputado Ademar Traiano (PSDB) justificou que ainda não há um pré-contrato firmado com o banco, logo não há um valor oficial ou garantias oficiais para o empréstimo. Veneri havia apresentado o requerimento na sessão de segunda-feira.
"As respostas dadas pelo deputado Traiano não me surpreendem, mas me deixam mais preocupados. Abre-se uma nova fonte de preocupação ao saber que não há nenhum valor contratado até o momento", afirmou o petista. "Não dizem que garantias serão dadas e também se, de fato, em algum momento, houve a intenção do secretário da Copa [Mario Celso] em estimular ou propor que esses empréstimos pudessem ser tomados sem que fossem pagos", emendou.
Traiano, por sua vez, manteve o discurso de que "como não há nada de oficial, não é possível uma manifestação oficial do governo", defendendo o secretário estadual.
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