O Atlético quitou nesta quarta-feira (11) os salários atrasados de 140 trabalhadores que prestam serviços na Arena da Baixada e que estavam em greve desde terça-feira. Outros 110 operários, no entanto, seguem sem os vencimentos do mês de novembro, que deveriam ter sidos pagos na semana passada.
De acordo com o presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria da Construção Civil (Sintracon), Domingos Oliveira, o Atlético pagou os funcionários que são contratados diretos da CAP S/A - empresa montada pelo clube para tocar a reforma do estádio visando a Copa de 2014. Quem trabalha em empresas terceirizadas não recebeu o salário e vai continuar a paralisação na Arena.
"Conversamos com o Atlético que nos comunicou que foi feito o pagamento do pessoal contratado por eles. Recebemos um e-mail do advogado do clube confirmando que os valores já caíram e está tudo resolvido", contou Oliveira.
"O outro grupo, nada de pagamento. Amanhã [quinta-feira] vamos lá para conversar e verificar versão das empresas terceirizadas que estão com os pagamentos atrasados", complementou o presidente do Sintracon.
Nesta quarta-feira, o Atlético anunciou que assinou um novo contrato de financiamento junto ao BNDES para receber R$ 80,6 milhões.
No dia anterior, o clube alegou que não tinha dinheiro para honrar os salários e pediu um prazo de 20 dias para colocar as contas em dia. A justificativa dada foi de que o clube aguardava o repasse da última parcela do empréstimo com o BNDES 87,4% dos R$ 131,2 milhões já foram transferidos, mas ainda faltariam, além dos 12,6%, esses R$ 80,6 milhões de um novo financiamento, que foi assinado nesta quarta.
A greve pode atrasar ainda mais a conclusão da Arena para a Copa do Mundo. O prazo de entrega foi empurrado para final de fevereiro de 2014 a previsão inicial era este mês. A inauguração oficial está marcada para 26 de março. O estádio do Atlético é o mais atrasado para o Mundial. O último relatório divulgado apontava para 85,53% de conclusão, contando a reforma e as novas construções.
Sem explicação
Gilvane Montovani, dona da empresa Pinturas da Serra, de Nova Bassano (RS) é uma das empresárias que depende do repasse de recursos pela CAP S/A para realizar o pagamento dos seus funcionários, que fazem a pintura da Arena.
Prestando serviços há quatro meses para o Atlético, ela diz que a situação de atraso tem sido recorrente nos últimos meses. "Em setembro e outubro, a alegação era de que a Caixa Econômica Federal estava em greve, por isso demorou. Agora, não tem um porquê. A gente procura explicações, mas ninguém dá retorno para nós", conta a empresária.
Gilvane afirma ainda que tem procurado constantemente a CAP S/A para poder repassar as informações a seus trabalhadores, a fim de evitar que eles parem de trabalhar. Porém, ela vê a paralisação como uma situação inevitável e diz que apoia a paralisação.
"Meus funcionários dizem que não querem mais trabalhar na Arena, por causa desses problemas financeiros. Se eles pararem a obra, eu dou o meu aval", garante.
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