O Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil (Sintracon) ameaça paralisar hoje as obras da Arena da Baixada caso a CAP S/A empresa criada para gerir a adequação do estádio para a Copa-2014 não acerte os salários de 250 operários que deveriam ter sido pagos até a sexta-feira passada.
Desde ontem, 140 contratados pelo Atlético e 110 funcionários de empresas terceirizadas iniciaram uma greve para tentar forçar o pagamento. No total, a força de trabalho dedicada ao empreendimento é de 1.200 pessoas.
O Atlético alegou que não tem dinheiro para honrar os salários e pediu um prazo de 20 dias para colocar as contas em dia. A justificativa dada foi de que o clube aguarda o repasse da última parcela do empréstimo com o BNDES 87,4% dos R$ 131,2 milhões já foram transferidos, mas ainda faltariam, além dos 12,6%, R$ 80,6 milhões de um novo financiamento, não assinado.
O Sintracon não aceita o período proposto e espera o acerto imediato. Uma reunião entre as partes está marcada para as 9 horas de hoje. Se o clube não fizer uma proposta que agrade aos trabalhadores, a tendência é que todos parem em solidariedade aos que estão sem receber.
"Não aceitamos esse prazo. O salário é um direito. Se eles não conseguirem pagar, os trabalhadores vão ficar de braços cruzados até receber", disse o diretor do Sindicato, José de Oliveira Lima.
O problema só não é mais sério porque empreiteiras maiores têm conseguido manter em dia o salário dos funcionários, mesmo sem receber da CAP S/A. As empresas pequenas, porém, dependem exclusivamente do pagamento para acertar com os empregados.
A greve geral pode atrasar ainda mais a conclusão da Arena para o evento da Fifa. O prazo de entrega foi empurrado para final de fevereiro de 2014 a previsão inicial era este mês. A inauguração oficial está marcada para 26 de março. O estádio do Atlético é o mais atrasado para a Copa. O último relatório divulgado apontava para 85,53% de conclusão, contando a reforma e as novas construções.
A CAP S/A não se manifestou sobre o assunto.
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