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Acusado de corrupção pela Fifa e sem apoio do governo federal, Ricardo Teixeira pode deixar o cargo | Ueslei Marcelino/Reuters
Acusado de corrupção pela Fifa e sem apoio do governo federal, Ricardo Teixeira pode deixar o cargo| Foto: Ueslei Marcelino/Reuters

Articulação

Federações estudam sucessor

Os indícios de que Ricardo Teixeira deve deixar a presidência da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) deflagraram um movimento de federações estaduais em busca de um nome para substitui-lo. Há em curso uma articulação de algumas dessas entidades para que o atual vice-presidente da CBF da Região Centro-Oeste, Weber Magalhães, ocupe o cargo, caso Teixeira realmente tome a decisão.

Para chegar ao comando, Weber Magalhães dependeria da convocação de uma assembleia-geral, o que poderia ser feito pela maioria das 27 federações a qualquer mo­­mento. Ele seria o terceiro vice, por idade, em condições de assumir a CBF. O primeiro seria José Maria Marin, vice da Região Sudeste e, pelo estatuto da CBF, o mais velho entre todos os cinco vices. No entanto, o nome dele não tem prestígio junto às federações. O segundo mais velho é Fernando Sarney, filho do presidente do senado, José Sarney.

Weber Magalhães, 53 anos, presidiu a Federação Brasiliense de Futebol de 1996 a 2004 e chefiou a delegação brasileira na Copa do Mundo de 2002, na Coreia do Sul e Japão. É homem de confiança de Ricardo Teixeira, para quem trabalhou como assessor parlamentar entre 1989 e 1992 em Brasília.

Ricardo Teixeira não quis desmentir, até a noite de ontem, nenhum dos boatos dos últimos dias sobre a sua eventual saída da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Apesar da expectativa de que o futuro do dirigente seja anunciado ainda hoje, fontes próximas ao cartola dizem que a decisão deve ocorrer no carnaval.

Nos bastidores da CBF, a especulação é de que o presidente vai licenciar-se do cargo por pelo menos dois meses, enquanto prepara terreno para a sua sucessão. Não estão descartadas também a renúncia ou até mesmo a sua permanência no trono.

Apesar do afastamento iminente, Ricardo Teixeira não revela, nem mesmo a interlocutores mais próximos, qual vai ser a sua decisão. Eles dizem que o dirigente "está silencioso". Ontem, ele passou boa parte do dia em sua casa no Rio de Janeiro, longe de assessores.

A reclusão desta quarta-feira se deu após matéria publicada pela Folha de S. Paulo revelando que, por 26 meses, a Ailanto Marketing foi dona de uma em­­presa que tinha como endereço a fazenda de Teixeira em Piraí, a 80 km do Rio. A empresa é investigada por superfaturar amistoso da seleção com Portugal, em novembro de 2008, tendo recebido R$ 9 milhões do governo do DF para organizar o jogo, que teve até Cristiano Ronaldo.

Teixeira sempre negou relacionamento com a Ailanto. Por isso, dizia que não poderia responder sobre as suspeitas.

Os indícios levaram a Polícia Civil de Brasília a abrir inquérito para investigar suposto desvio de dinheiro público. Agora, o caso está na Justiça Federal do DF.

Pressão política

As relações de Teixeira com o governo federal também não são boas. A presidente Dilma Rousseff não gostaria que Teixeira permanecesse na presidência do Comitê Organizador Local (COL) da Copa do Mundo de 2014.

A saída do COL não seria tão simples assim. Ricardo Teixeira é um dos sócios do comitê e teria de desmanchar a sociedade para que fosse constituída uma nova empresa sem a sua participação. Apesar dessas implicações jurídicas, o governo federal faz forte pressão pela saída de Teixeira do COL e se manifesta satisfeito com a presença de Ronaldo Fenômeno no comitê.

Do lado da Fifa, a eventual queda do presidente da CBF é tratada com muita euforia, em especial por Joseph Blatter, presidente da entidade. Blatter tem travado uma batalha acirrada contra o dirigente brasileiro.

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