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Lionel Messi tem hoje, diante de si, os últimos degraus da escadaria para se tornar um dos maiores craques da história do futebol. Quatro vezes melhor do mundo, o argentino sempre teve contra si o argumento de que jamais havia brilhado em uma Copa. Bater a Alemanha derrubará a última barreira que o separa de Pelé e Maradona, com o título de um Mundial em que foi protagonista.

INFOGRÁFICO: Compare os desempenhos de Messi e Maradona

A caminhada argentina na Copa-2014 foi guiada por Messi. Na primeira fase, carimbou cinco dos seis gols do time. No mata-mata, deu assistência para Di María (oitavas), começou a jogada do gol de Higuaín (quartas) e converteu seu pênalti (semifinal). Foi a extensão.

Quando Alejandro Sabella assumiu, em 2011, Messi e a seleção argentina estavam sob forte crítica. A eliminação da Copa América, em casa, engrossou o coro de que ele jogava tudo no Barcelona e nada pela Albiceleste. Um ranço que juntava questões objetivas (17 gols em 52 jogos) com um pretenso anti-patriotismo do craque. Por ter deixado o país aos 12 anos, ele seria mais espanhol do que argentino; a prova seria o fato de ele não cantar o hino nos jogos da seleção.

Após aceitar o convite da Federação Argentina, Sabella viajou a Barcelona. Disse ao camisa 10 que lhe entregaria a braçadeira de capitão e organizar o time em torno dele. Como não é de falar, la Pulga respondeu no campo. Marcou 25 gols nos 40 jogos da era Sabella.

A Copa-2014 é a terceira da carreira de Messi. Em 2006, começou como o mais jovem a fazer um gol no torneio, mas viu do banco a eliminação nos pênaltis para os alemães. Em 2010, sumiu na caótica seleção de Maradona. Despediu-se sem balançar a rede, na queda por 4 a 0, novamente diante da Alemanha.

"Para o Lío, a Copa será uma prova de caráter, de tirar todas as lágrimas que tem dentro do coração. Pode ser a grande revanche dele", disse Maradona, antes do Mundial.

Exceto os próprios alemães – por razões óbvias –, todos os outros grandes nomes do Mundial parecem convencidos de que Messi merece sair coroado da revanche. "Ele merece ser campeão por tudo que tem feito ao futebol", disse Neymar. "Messi é o número um, o maior da história, e merece vencer a Copa", reforçou o holandês Robben. "Queria enfrentá-lo para saber se ele é real", dissera Tim Howard, goleiro dos EUA.

Messi tem passado pela Copa da maneira mais discreta possível fora dos gramados. Para não pensar em nada além de bola, tem o suporte de Pepe Costa, funcionário do Barcelona, do irmão mais velho, Rodrigo, e do pai, Jorge. Geralmente, fala por intermédio dos dois últimos ou pela sua página no Facebook.

Foi a quatro entrevistas coletivas: uma na Cidade do Galo, num dia em que mais da metade da imprensa voltava a Belo Horizonte após um jogo, e nas três vezes em que foi efeito o "homem da partida". Na zona mista, passa com a velocidade que deixa adversários pelo caminho. Mas, sempre solta pistas do tamanho do que busca hoje.

"Perguntei para Xavi, Iniesta e Piqué como é a sensação de levantar o troféu, mas não conseguiram explicar. Vencer a Copa é a melhor coisa que existe. É algo com que você sonha desde criança e nunca desaparece", afirmou.

Hoje, o sonho pode se tornar realidade para o craque de 27 anos. Com o bônus de imortalizá-lo como um dos maiores da história.

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