As 12 arenas do pais construídas para a Copa do Mundo de 2014 tiveram participação de empresas investigadas no escândalo da Operação Lava Jato. O envolvimento do vice-presidente do Corinthians, André Luiz de Oliveira, suspeito pela operação de receber R$ 500 mil em propinas da Odebrecht, reacendeu a discussão sobre a construção das praças esportivas. Nem mesmo os estádios construídos com administração dos clubes, casos da Arena da Baixada e do Beira-Rio, escapam do envolvimento com empreiteiras investigadas por corrupção e fraude em contratos públicos.
Arena da Baixada – Engevix – Valor: R$ 346 milhões (Tribunal de Contas do Paraná)
O envolvimento da construtora é indireto. Para administrar as obras do estádio atleticano, o clube formou uma empresa própria, chamada CAP S/A. Porém, para participar do programa de financiamento do BNDES e receber dinheiro da estatal de fomento, o clube firmou parceria com os governos municipal e estadual e contratou a empresa Engevix Engenharia S/A para realizar o “gerenciamento e a supervisão da obra de reforma, ampliação e modernização”, segundo relatório do Tribunal de Contas da União de novembro de 2012. O alvará da Prefeitura de Curitiba para a execução da obra está em nome do engenheiro Yoshiaki Fujimori, que fez parte da diretoria da Engevix até 2014. Em dezembro de 2015, o dono da empreiteira, Gerson Almada, foi condenado a 19 anos de prisão por ter pago cerca de R$ 15 milhões em propinas ao diretor de Abastecimento da Petrobrás, Paulo Roberto Costa.
Itaquerão – Odebrecht – Valor: R$ 1,08 bilhões (portaltransparencia.gov.br)
A condução coercitiva do vice-presidente do Corinthians, André Luiz de Oliveira, pela Operação Lava Jato, suspeito de receber R$ 500 mil em propinas da Odebrecht, colocou a construção dos estádios da Copa na linha de frente da operação. Enquanto Marcelo Odebrecht, presidente da construtora, tenta fechar um acordo de delação premiada, a empresa negocia um acordo de leniência com o MP.
Mineirão – Construcap – Valor: R$ 695 milhões (portaltransparencia.gov.br)
As obras que envolvem a reforma do Mineirão ficaram a cargo do consórcio Minas Arena, formado pelas construtoras Construcap, Egesa e Hap. A Construcap foi citada na delação premiada do doleiro Alberto Youssef. Segundo ele, a empresa teria pago propina ao tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, para fraudar licitações da Petrobrás, e o dinheiro teria como destino o Partido dos Trabalhadores.
Maracanã – Odebrecht e Andrade Gutierrez – Valor: R$ 1,05 bilhões (portaltransparencia.gov.br)
A reconstrução do Maracanã ficou a cargo de duas das maiores construtoras do país. Altos executivos das empresas, incluindo seus presidentes, estão presos ou sendo investigados pela Lava Jato. Em fevereiro, o presidente da Andrade Gutierrez, Otávio de Azevedo, foi preso pela terceira vez desde o início das investigações, e fechou o acordo de delação premiada. Já Marcelo Odebrecht, presidente da construtora, está preso há nove meses e tenta fechar o acordo para colaborar com a Justiça, mas aguarda negociações com o Ministério Público. A empresa também tenta um acordo de leniência com o MP.
Mané Garrincha – Andrade Gutierrez e Via – Valor: R$ 1,4 bilhões (portaltransparencia.gov.br)
Além da participação da Andrade Gutierrez, a Via Engenharia, empresa que compõe o consórcio que construiu o Estádio Nacional Mané Garrincha, consta na delação premiada de Youssef. A Via é acusada de pagar cerca de R$ 300 mil em propinas ao ex-deputado José Janene (PP-PR) e a Youssef, por intermédio da CSA Project Finance Consultoria, empresa de fachada usada pelo doleiro e pelo ex-parlamentar para lavar dinheiro.
Castelão – Galvão Engenharia – Valor: R$ 520 milhões (portaltransparencia.gov.br)
Em dezembro de 2015, a cúpula diretiva da Galvão Engenharia foi condenada por ações relacionadas à Lava Jato. Os executivos Dario de Queiroz Galvão Filho, Erton Medeiros Fonseca e Jean Alberto Luscher Castro, acabaram todos condenados a mais de 10 anos de prisão pelo juiz Sérgio Moro, pelo pagamento de cerca de R$ 5,5 milhões em propinas a Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras.
Fonte Nova – OAS e Odebrecht – Valor: R$ 690 milhões (portaltransparencia.gov.br)
Além da participação da Odebrecht, a OAS também está envolvida no escândalo. Cinco executivos da empresa foram condenados em agosto de 2015 pelo envolvimento no esquema de desvio de dinheiro de obras da Petrobras nas refinarias Getúlio Vargas (REPAR), no Paraná, e Abreu e Lima, em Pernambuco, incluindo o presidente da companhia, José Aldemário Pinheiro Filho. A empresa foi citada nos acordos de delação premiada do doleiro Alberto Youssef e do ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa.
Arena Pernambuco – Odebrecht – Valor: R$ 530 milhões (portaltransparencia.gov.br)
Marcelo Odebrecht, presidente da construtora, está preso há nove meses e tenta fechar um acordo para a colaboração com a Justiça. O executivo aguarda decisão do Ministério Público sobre a utilidade das informações que está disposto a revelar. A empresa tenta um acordo de leniência com o MP, que visa a colaboração da construtora com as investigações em troca da extinção da ação contra a empresa.
Beira-Rio – Andrade Gutierrez – Valor: R$ 366 milhões (portaltransparencia.gov.br)
Em fevereiro, o presidente da Andrade Gutierrez, Otávio de Azevedo, foi preso pela terceira vez desde o início das investigações e fechou o acordo de delação premiada. A cúpula executiva da empresa segue sendo investigada pelo MP, que aponta desvios de mais de R$ 240 milhões de contratos da estatal petrolífera.
Arena das Dunas – OAS – Valor: R$ 400 milhões (portaltransparencia.gov.br)
Cinco executivos da empresa foram condenados em agosto de 2015 pelo envolvimento no esquema de desvio de dinheiro de obras da Petrobras nas refinarias Getúlio Vargas (REPAR), no Paraná, e Abreu e Lima, em Pernambuco, incluindo o presidente da companhia José Aldemário Pinheiro Filho.
Arena Amazônia – Andrade Gutierrez – Valor: R$ 400 milhões (portaltransparencia.gov.br)
Em fevereiro, o presidente da Andrade Gutierrez, Otávio de Azevedo, foi preso pela terceira vez desde o início das investigações e fechou o acordo de delação premiada. A cúpula executiva da empresa segue sendo investigada pelo MP, que aponta desvios de mais de R$ 240 milhões de contratos da estatal petrolífera.
Arena Pantanal – Mendes Júnior – Valor: R$ 420 milhões (portaltransparencia.gov.br)
Em novembro de 2015, três altos executivos da empreiteira foram condenados por ações na Lava Jato, incluindo o ex-vice presidente da companhia, Sérgio Cunha Mendes. Segundo o MP, a empresa teria pago a Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, cerca de R$ 31 milhões em propinas para fraudar licitações em contratos da estatal, valores negociados diretamente com o doleiro Alberto Youssef.