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Prejuízo

O segundo evento-teste da Arena acendeu o sinal de alerta no comércio próximo ao estádio. Donos de estabelecimentos contabilizavam um prejuízo que, imaginam, será maior na Copa. "No primeiro jogo-teste tivemos um prejuízo de R$ 4 mil. Eram clientes agendados que não puderam vir porque foram barrados. Na Copa vai ser um desastre. Vamos perder uns R$ 20 mil", disse a dona de salão de beleza Miki Hiura. As­­sistente administrativa de uma loja de imóveis na frente do estádio, Nathielly Timm tentava ver um lado bom na restrição à circulação durante a Copa. "Muita gente vai passar na fren­­te da loja, tirar fotos que vão para as redes sociais. Então é um pouco de divulgação grátis", disse.

Padrão Fifa do portão para dentro e canteiro de obras do portão para fora. O evento-teste da Arena da Baixada apresentou dois mundos diferentes aos torcedores de Atlético e Corinthians. Um sinal claro de que o estádio ainda precisará de ajustes até a Copa.

Uma das grandes preocupações na preparação para o jogo, o trânsito não assustou. O bloqueio no limite da zona de exclusão foi apenas de orientação, o que evitou os engarrafamentos da partida de 29 de março. A exceção, a meia hora do jogo, foi na Avenida Getúlio Vargas, entre as ruas Coronel Dulcídio e Brigadeiro Franco.

Se não sofreu com o tráfego, o torcedor teve problema com as calçadas. Pedras soltas e lama eram vistas por todo lado. Isso onde havia calçada. "A nossa previsão é entregar todas as obras de entorno até 31 de maio", garantiu o secretário municipal de Copa, Reginaldo Cordeiro. "O quarteirão inteiro estava pronto, mas a carga e descarga de material danifica tudo e vai ser assim até o fim da instalação das complementares, por volta de 5 de junho", acrescentou o diretor de construção do Atlético, Luiz Volpato. Foi sobre calçadas inacabadas que os torcedores formaram fila para entrar no estádio. Na Getúlio, chegou a se estender até a Brigadeiro Franco. Percebendo a lentidão, a organização liberou o acesso pela Brasílio Itiberê, até então apenas entrada VIP. A medida acelerou o fluxo, mas ainda assim muitos chegaram à arquibancada com a bola rolando.

"A revista foi manual, o que causou lentidão e filas. Durante a Copa será com detector de metais. Leva um segundo", explicou o gerente de operações do COL, Tiago Paes.

Apesar dos contratempos, a demora foi relevada pelos torcedores. Fosse pela percepção de que a adaptação à nova casa se estende ao público. Fosse pela certeza de que, após passar pela catraca, encontrariam o prometido padrão Fifa. "As pessoas têm de aprender como funciona, têm de entender que é assim que vai ser na Copa", afirmou o publicitário Daniel Fatuch, de 22 anos. "O Brasil inteiro está em obras. Até a Copa, para apenas quatro jogos, vai estar mais do que bom", disse o administrador Franco Pizzatto, de 38 anos.

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