Os 23 jogadores da seleção brasileira da Copa de 2014 começaram, ontem, a carregar uma das maiores cruzes do futebol nacional. Um trauma comparável apenas ao dos vice-campeões de 1950, que a história tratará de dizer qual foi maior. Se para as vítimas do Maracanazo ficou o peso do título perdido em casa, o time do segundo Mundial disputado no Brasil levará para sempre a pecha do maior vexame do país nos gramados.
"A gente poderia ficar marcado positivamente e acaba marcado negativamente. Isso com certeza será lembrado por muitos anos. A dor é tão forte que eu não consigo nem chorar", disse o capitão Thiago Silva, suspenso do jogo de ontem. "Se eu estivesse dentro de campo, de repente seria 8 ou 9. Vai saber? Claro que o meu peso como capitão poderia dar uma tranquilidade maior na pane de seis minutos que tivemos", comentou.
Companheiro de zaga durante toda a campanha e capitão do time ontem, David Luiz era um dos mais abatidos com a derrota. Com os olhos vermelhos, pediu desculpas ao torcedor e prometeu a volta por cima na Copa de 2018, na Rússia. "Eu aprendi a ser homem toda a minha vida e não vou sumir, vou assumir tudo e um dia vou alegrar esse povo todo", desculpou-se o zagueiro, em um discurso semelhante ao do goleiro Júlio César. "A dor que estou sentindo é a mesma de 2010. Só não estou em lágrimas porque amadureci muito nesse meio tempo. Preferia perder por 1 a 0, com falha minha, do que tomar sete", disse o arqueiro.
Também remanescente de 2010, o lateral Daniel Alves seguiu outra linha. Para ele, a diferença de ser eliminado perdendo por 1 a 0 ou 7 a 1 existe apenas para os críticos. Ainda assim, apontou a necessidade de uma mudança no futebol brasileiro. "Temos de evoluir como futebol em um contexto geral. A Alemanha é uma equipe muito bem postada, em que se nota o tempo de trabalho e a qualidade dos jogadores. O futebol tem de se reinventar de tempos em tempos. Os outros evoluem e se você não evolui junto, fica para trás", ressaltou o lateral.
Com a derrota de ontem, o Brasil passará a Copa sem fazer nem um jogo sequer no Maracanã. Continua sendo, ao lado da Espanha, o único campeão mundial a não ter erguido uma taça dentro de casa.
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