O líder do governo na Câmara dos Deputados, Cândido Vacarezza (PT-SP), disse que é favorável à ida do ministro das Cidades, Mário Negromonte, à Casa, para esclarecer eventuais dúvidas relativas a denúncias publicadas nesta quinta-feira (24) no jornal O Estado de S. Paulo.

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Segundo a reportagem, um parecer técnico do Ministério das Cidades foi alterado com o objetivo de construir um veículo leve sobre trilhos (VLT) em Cuiabá, no lugar da linha rápida de ônibus prevista no projeto original.

Segundo a reportagem, isso aumentaria em R$ 700 milhões o custo da obra, que passaria a ter previsão de gasto de R$ 1,2 bilhão. Ainda de acordo com a matéria, Negromonte teria avalizado a alteração. "Qualquer denúncia, antes de ser dada como verdade, tem de ser investigada. Eu não tenho informação de que seja verdade o que saiu hoje nos jornais. Não que eles mintam. Eles divulgam aquilo que recebem", disse Vacarezza.

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"O governo, como já foi dito em diversos momentos, não tolera o malfeito e não coíbe nenhum processo de investigação. Portanto, se a oposição quiser convidar ministros, não criaremos nenhuma dificuldade. Quase todos, se não todos os ministros, já vieram aqui para dar esclarecimentos", acrescentou o líder. Além disso, todos os órgãos de controle do país funcionam plenamente e a imprensa mantém uma atividade "bastante rigorosa".

Para Vacarezza, é fundamental checar a veracidade do áudio apresentado pelo jornal. "É um áudio de quem falando o quê? Com quem? Prova contra o ministro tem de ter o ministro falando, e não outra pessoa. Há também que ver a data em que ele [vídeo] foi feito e como foi feito".

"Não é da minha alçada [dizer se o governo vai abrir investigação]. Sei que todas as denúncias têm sido investigadas pelo Ministério Público, que vê se têm procedência, e pede posição da Justiça. Além disso, a Polícia Federal, o Tribunal de Contas da União e a Controladoria-Geral da União têm funcionado de forma bastante vigorosa e competente", disse o deputado.

Segundo o líder do governo, o fato de a denúncia envolver obra ligada à Copa do Mundo de 2014 não afetará a imagem do Brasil no exterior. "O que o mundo fala sobre o Brasil, ao contrário do que ocorria em outras épocas, é só elogio. Somos exemplo de democracia e de investimento. Prova disso é que, ainda neste ano, pretendemos aumentar a cota de participação do país no FMI [Fundo Monetário Internacional]."

De acordo com Vacarezza, já foi feito um acordo neste sentido. "Só falta a gente aprovar aqui. Eles [o FMI] é que querem que melhoremos nossa posição. O Brasil vai ter uma cota superior à que sempre teve. Vamos mandar mais, mas também teremos mais obrigações."

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Ele reiterou o apoio do governo ao ministro do Trabalho, Carlos Lupi, envolvido recentemente em denúncias de irregularidades. "Desde o começo, digo que ele é, e não está ministro. É um homem honesto e não há denúncia específica contra ele. O que há é uma denúncia em relação ao ministério, que será investigado. Pode ter certeza: o malfeito, se houver, será punido", concluiu.