A situação de São Paulo como sede da Copa do Mundo de 2014 fica mais complicada a cada dia. Além da contaminação no solo do terreno em Pirituba, onde se pretende construir uma arena, como foi revelado pelo jornal O Estado de S. Paulo na edição da última quarta-feira, o Corinthians se recusa a adotar o estádio após a realização do Mundial. Sem a participação do clube, ganha força o discurso de que a obra se transformaria em um "elefante branco".

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Até o início da Copa da África do Sul, o plano estava alinhavado. Por meio de articulações políticas, um grupo de investidores seria reunido para bancar a construção do estádio. Em seguida, a viabilidade econômica do empreendimento seria garantida com a presença do Corinthians, que mandaria seus jogos ali, o que traria grande público, receita e, consequentemente, o esperado lucro. O círculo virtuoso parecia fechado.

O processo começou a desandar na terra de Nelson Mandela. Em sua passagem pela África do Sul como chefe da delegação brasileira, o presidente do Corinthians, Andrés Sanchez, participou de várias reuniões que contaram com a presença, entre outros, do presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ricardo Teixeira, do presidente da Fifa, Joseph Blatter, e do secretário-geral da Fifa e principal crítico da preparação realizado pelo Brasil até aqui, Jerome Valcke.

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Sanchez deixou claro que o clube já conta com projeto pronto para a construção de arena para 45 mil pessoas em Itaquera. Para aceitar mudar o plano e assumir o controle de outro estádio, o dirigente corintiano exigiu que a Fifa bancasse a manutenção do local por um certo período ou convencesse investidores a fazê-lo. "Esse novo estádio precisa ter capacidade para 75 mil pessoas, pois deverá receber a abertura da Copa. Você sabe quanto custa manter um estádio desse tamanho?", questionou o presidente alvinegro.

A segunda opção seria a entidade aproveitar o estádio corintiano em Itaquera, cuja obra deve começar ainda neste ano e tem término previsto para 2013. Parte da diretoria corintiana entende que essa seria a melhor saída, pois a área já está regularizada, possui espaço para a construção de estacionamentos e infraestrutura de transporte, com estação de metrô e grande avenidas já construídas. Ainda assim, a Fifa precisaria injetar recursos. "A Fifa colocou US$ 1,6 bilhão (R$ 3 bilhões) na África. No caso de Itaquera, alguém também precisaria bancar o custo extra para ampliá-lo para 75 mil lugares. O Corinthians não pode fazer isso, pois nossa média de público está em torno de 25 mil. Se alguém bancar esses custos, a gente pensa no caso" reforçou Sanchez.