A verdadeira crônica de uma morte anunciada. O fio de esperança que mantinha o Coritiba vivo arrebentou após o empate de ontem com o Gama por 1 a 1, em Brasília (DF). Sexto colocado com 56 pontos, a quatro do G-4, o time não tem mais chance de deixar a Série B neste ano.
O desfecho de uma das temporadas mais difíceis da quase centenária história coxa-branca foi triste. Nem parecia que a vitória simples já seria suficiente para que o clube seguisse com esperanças de retornar à elite, já que o América (RN) perdeu em casa para o Santo André por 2 a 1.
Apático, sem inspiração e por vezes disperso em campo, a equipe repetiu na "decisão" todos os defeitos que marcaram a trajetória alviverde no returno. Inconstante, o time é capaz de alternar (poucas) jogadas de efeito com erros dos mais grosseiros. Falhas que invariavelmente resultam em gol do adversário, como no lance em que a defesa, mal posicionada e desatenta, viu o ex-paranista Fábio Oliveira deixar Thiago Matos livre para marcar o gol dos candangos. "Precisávamos ser corretos no posicionamento e na marcação, mas não conseguimos", analisou o capitão Índio.
Mesmo com os resultados paralelos favorecendo, o revés serviu para desestimular um elenco visivelmente abalado psicologicamente. O fácil se torna impossível para o Coritiba em questão de segundos. No caso dos atacantes, parece que o goleiro se agiganta enquanto o gol diminui. Apesar de esforçado, Caio desperdiçou ao menos quatro chances claras de correr para o abraço característica marcante da campanha verde e branca. "Não aproveitamos as oportunidades novamente. É isso aí", resumiu o volante Márcio Egídio. O prata da casa era um dos mais abatidos após a desclassificação de ontem.
Nem a sonora bronca do presidente Giovani Gionédis durante o intervalo acordou o time. Serviu apenas para o zagueiro Índio ter a calma que sempre faltou aos três camisas 9 do Coxa no Brasileiro (Alberto, William e Jéfferson) no gol de empate, a poucos minutos do fim.
Inexplicavelmente, mesmo necessitando desesperadamente dos três pontos para se salvar, o técnico Paulo Bonamigo não abriu mão em nenhum momento da linha de três defensores. Rodrigo Batata, de novo, foi a única carta na manga do treinador para reverter a tragédia. O tempo, porém, jogou contra.
Sem perspectiva de calendário e com pouco dinheiro em caixa, a missão no Alto da Glória a partir de agora é juntar os cacos para fazer diferente em 2007. Formar um time capaz de honrar o apoio que nunca faltou da torcida, a líder em média de público entre os três grandes da capital, mesmo na má fase.
Em Brasília
Gama 1Éverton; Márcio Goiano, Gilvan, Bruno Lourenço e Ânderson Mineiro, Jean Carlos (Marcelo Goianira), Juninho, Zé Maria (Beto) e Thiago Matos; Fábio Oliveira e André Borges (Wendel).Técnico: José Galli Neto.
Coritiba 1Kléber; Henrique, Índio e Leandro; Andrezinho (André Nunes), Márcio Egídio, Luciano Santos (Rodrigo Batata), Cristian (Marlos) e Ricardinho; Caio e Hugo.Técnico: Paulo Bonamigo.
Estádio: Mané Garrincha. Árbitro: Álvaro Azeredo Quelhas (MG). Gols: Thiago Matos (G), aos 20 do 1.º tempo; Índio (C), aos 33 do 2.º tempo. Amarelos: Márcio Goiano, Ânderson Mineiro, André Borges e Fábio Oliveira (G); Henrique, Índio e Márcio Egídio (C). Público: 417 pagantes (601 total). Renda: R$ 4.600,00.
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