Julgamento do Coritiba está previsto para a tarde desta quinta-feira. Clube busca apoio dos deputados paranaenses
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O primeiro grande desafio do Coritiba para retornar à Série A ocorrerá fora do gramado. Será em uma sala de tamanho mediano, que faz as pessoas suarem quando está cheia, localizada no 15.º andar de um prédio no centro do Rio. Lá, a partir das 13h30, nove pessoas devem decidir sobre quanto o clube poderá utilizar de uma de suas principais armas na Segundona: a torcida.
No Pleno do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) será julgado o recurso relativo à punição imposta pela entidade, em primeira instância, pelos acontecimentos após a partida contra o Fluminense (1 a 1) que determinou a queda do clube do Alto da Glória.
Invasão de campo, quebra-quebra, briga. Imagens que impactaram o mundo e talvez tenham induzido a 2.ª comissão disciplinar do STJD a acatar uma denúncia inédita no desporto brasileiro para aplicar a maior pena já vista a um time nacional por fatos semelhantes: a perda de 30 mandos de campo e uma multa de R$ 610 mil.
O primeiro julgamento ocorreu dia 15 de dezembro, nove dias após a confusão. Hoje, quase três meses depois, e com outros julgadores, o Coritiba espera provar, ao menos em parte, a sua inocência. Para isso conta, principalmente, com a ajuda do tempo, da experiência dos membros do Pleno a última instância desportiva do país e do novo CBJD.
"Tivemos demonstração de profundo desrespeito com relação a representantes deste estado no primeiro julgamento, quando o engenheiro da FPF e o coronel Costa, fardado, tiveram seus depoimentos desconsiderados. Foram praticamente chamados de mentirosos lá", afirmou Gustavo Nadalin, diretor Jurídico do clube.
Nos últimos dois dias, ele esteve às voltas com a Câmara de Vereadores e dos Deputados para conseguir um apoio símbolico a ser levado ao Rio. "É muito importante ver a sociedade paranaense abraçando essa causa e fazendo frente, força, às injustiças que estão sendo cometidas com o clube."
O discurso de Nadalin trata dos dois primeiros temas: o Alviverde acredita que, se sua defesa fosse considerada apenas nos termos técnicos e não emocionais, teria sido absolvido em dezembro. Agora, com a chegada também do novo Código Brasileiro de Justiça Desportiva, as esperanças redobram.
"As imagens nós reconhecemos que são feias. Por isso não sabemos até que ponto, subjetivamente, pode influenciar os julgadores. Mas do ponto de vista estritamente técnico e jurídico eu posso afirmar que existe muita base para absolver o Coritiba", afirma Julio Brotto, da equipe de René Dotti, que também estará no Rio.
A defesa segue basicamente a mesma linha do primeiro julgamento. Tenta provar que fez tudo o que era possível ser feito pelo clube para evitar a invasão. Além disso, teria tido papel determinante também após o ocorrido, colaborando nas investigações e prisões feitas pela polícia.
Com o novo CBJD, porém, acredita ter ficado mais difícil para a procuradoria sustentar a acusação inédita baseada no concurso material dentro do mesmo tipo, que puniu triplamente o clube utilizando o mesmo artigo. Se essa for também a interpretação do Pleno, a pena já cairia para um terço: 10 mandos de jogo e R$ 210 mil.
A questão, contudo, ainda causa divergência entre os advogados do desporto. Um dos motivos é que, Paulo Schmitt, quando preparou a denúncia baseado no código velho, conhecia bem o novo.
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