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Coritiba conseguiu na justiça reaver 80% do atacante Keirrison, e "novela" deve prosseguir | Hedeson Alves / Gazeta do Povo
Coritiba conseguiu na justiça reaver 80% do atacante Keirrison, e "novela" deve prosseguir| Foto: Hedeson Alves / Gazeta do Povo

O juiz Diego Santos Teixeira, da 19.ª Vara Civil de Curitiba, determinou na tarde desta quarta-feira que a empresa Mais Sports Brasil repasse ao Coritiba o valor correspondente aos 80% dos direitos federativos do atacante Keirrison. A porcentagem foi adquirida recentemente pela Traffic, empresa com a qual o K9 assinou um pré-contrato. A decisão veio após nove meses e foi dada em caráter provisório.

"Se não tivéssemos direito nós não proporíamos a ação. Não é definitiva, mas salvaguarda os direitos e interesses do Coritiba", afirmou o presidente do Coxa, Jair Cirino, à Gazeta do Povo Online. A decisão judicial dá direito ao Alviverde de receber o valor acertado por Marcos Malaquias, dono da Mais Sports e empresário de Keirrison, no acordo fechado com a Traffic. O dinheiro só entraria na conta do procurador em abril de 2009, após o fim do contrato do jogador com o Verdão.

A justiça definiu ainda que uma cópia do contrato de cessão dos 80% de Keirrison à Traffic deve ser encaminhado à 19.ª Vara Civil, assim como uma cópia do pré-contrato de cinco anos assinado por Keirrison. O valor da negociação ficará depositado em juízo até o fim da disputa nos tribunais.

Pego de surpresa com a notícia, Marcos Malaquias diz que está tranqüilo e que deve tomar uma posição após tomar ciência da decisão judicial. "Não entendo o clube. Nós levamos o jogador para o Coritiba, e agora eles querem 100% dele? Vamos nos interar de tudo antes de fazer alguma coisa", revelou.

Cabe recurso à decisão da 19.ª Vara Civil, e esta mudança em nada altera o contrato atual de Keirrison. O pré-contrato do atacante com a Traffic segue valendo, o que está indefinido é quem vai lucrar com 80% do avante. Os outros 20% já são do Coritiba.

A reportagem procurou o diretor jurídico do Coxa, Gustavo Nadalin, mas o dirigente não atendeu às ligações. Ele se pronunciou apenas em uma nota oficial do clube, dizendo que a discussão do caso ficará restrita aos autos do processo, negando assim qualquer esclarecimento ou entrevista à imprensa.

Entenda o caso

No dia 15 de fevereiro deste ano, o departamento jurídico do Coritiba entrou com uma ação contra a então Massa Sports, agora Mais Sports Brazil. O clube alega que ocorreram irregularidades na renovação de contrato do jogador, em maio de 2006.

Na época, o atacante se recuperava de uma lesão no joelho e assinou com o Alviverde até 30 de abril de 2009. Este vínculo, na opinião do Coxa, anulou o anterior, que previa a partilha de 20% para o Coritiba, 40% para os irmãos Malaquias, e os outros 40% sendo alvo de uma disputa entre os Malaquias e o Astral, time amador de Curitiba e de propriedade de Gabriel Massa, filho do apresentador Ratinho e antigo sócio na Massa Sports.

Com um acordo no fim de setembro deste ano entre os Malaquias e Gabriel Massa, a Mais Sports ficou com a parte que era discutida em juízo, somando um total de 80%, além de se comprometerem a não usar mais o nome "Massa Sports".

"Quando a sociedade na Massa Sports foi rompida, entendemos que o Coritiba acabava por ficar com a totalidade dos direitos do jogador. A ação é passível de sentença agora, mas não sabemos o que vai acontecer", disse Gustavo Nadalin em outubro deste ano.

Já Marcos Malaquias comentou na ocasião que quem comprou Keirrison junto ao Cene-MS, em 2004, foi a sua empresa, e que o Coritiba teve a chance de ficar com a totalidade dos direitos federativos do K9 dois anos depois, por R$ 500 mil. Todavia, o então presidente Giovani Gionédis alegou falta de recursos e preferiu não comprar o atacante.

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