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Há muito tempo o torcedor do Coritiba não vive um momento de tamanha tensão e expectativa. Na partida deste domingo, às 16h contra o Internacional no estádio Couto Pereira, cerca de 30 mil torcedores – fora os milhares espalhados pelo estado - serão testemunhas da glória ou desgraça alviverde.

Após cometer sucessivos erros administrativos no futebol, e desperdiçar inúmeras chances de sair da situação delicada, o Coritiba chega na última rodada do Brasileirão precisando vencer o Inter (que ainda briga pelo título do campeonato), além de torcer por derrotas do São Caetano e/ou Ponte Preta para continuar na elite do futebol brasileiro.

O apoio da torcida, mais uma vez, será fundamental e vai existir. A carga de 29.550 ingressos praticamente esgotou de forma antecipada. A torcida, que vem dando um show nas arquibancadas durante toda a competição – e que "invadiu" São Caetano do Sul na penúltima rodada, vai prestigiar o jogo mais importante do Coritiba nos últimos anos.

Sentindo dores na coxa, o zagueiro Anderson pode ficar de fora do jogo. Com a suspensão de Flávio por 120 dias, o zagueiro Vagner deve formar o sistema defensivo ao lado de Nascimento. Mais uma vez improvisado, o volante abre espaço para Douglas Peruíbe na meia cancha que fica completa com Capixaba, Jackson e Caio no sistema 4-4-2. Na lateral direita James e Batata disputam uma vaga e no ataque Renaldo e Alcimar estão praticamente confirmados. Ricardinho na esquerda e Douglas no gol completam os 11 titulares.

Time pressionado

Os trabalhos comandados pelo técnico Márcio Araújo durante a semana foram cercados de muita concentração e pressão. Todos os jogadores foram unânimes ao firmarem um pacto pela vitória contra o Inter, mesmo ouvindo declarações desrespeitosas de dirigentes do time adversário.

Além de trabalhar sobre a pressão da própria situação delicada no campeonato, os jogadores tiveram que comentar sobre a possibilidade de incentivos financeiros extras (chamados de "mala branca"). "Olha, eu não acredito que isso exista. Não precisamos de incentivo financeiro, pois devemos uma vitória para a nossa torcida e cada um de nós está naturalmente motivado", afirmou o volante Reginaldo Nascimento.

O presidente Giovani Gionédis repeliu a pratica da "mala branca". "Se alguém se vende para vencer, pode se vender para perder também", afirmou. "No Coxa não existe isso, eu não admito esse tipo de incentivo. O Coritiba não recebeu nem enviou nenhuma mala para ninguém. Inclusive, se alguém quiser dar dinheiro para o Coritiba não precisa enviar em mala branca, preta, azul ou a cor que for, pode vir falar direto comigo, pois o Coritiba precisa de dinheiro", ironizou o presidente Gionédis.

Alguns dirigentes teriam feito uma "vaquinha" e arrecado cerca de R$ 300 mil para premiar os jogadores em caso de vitória. Porém, os atletas não aceitaram o incentivo e garantiram a vitória em nome de suas honras.

Time concentrado

Todos estão focados no objetivo de permanecer na 1.ª divisão. O nível de concentração é altíssimo e proporcional a responsabilidade da situação a ser enfrentada.

O jogador Caio, o mais importante jogador do Coritiba no campeonato, analisou em poucas palavras a situação alviverde. "Foi uma semana de muito trabalho e sabemos que é um jogo difícil. A única solução é vencer o Inter e torcer por derrotas da Ponte e do São Caetano", afirmou.

O comandante do Coritiba analisou com propriedade o nível de dedicação dos jogadores. "Todos os jogadores estão cientes da responsabilidade. Eles trabalharam e se dedicaram como eu nunca vi e a resposta disso o torcedor verá em campo. Nessa hora a agressividade vem antes da tática. Vamos atrás do nosso sonho, que é o mesmo sonho do torcedor: ficar na primeira divisão", afirmou Márcio Araújo.

Os jogadores assimilaram a confiança do treinador. "O time melhorou muito com a chegada do Márcio. Todos estão mais soltos e confiantes de que podemos sair dessa situação. O torcedor, mais uma vez, será importante para nos ajudar", disse o meia Jackson.

Coritiba x Internacional - 04/12/2005 às 16h.

Local: Estádio Couto Pereira.Árbitro: Elvécio Zequetto (MS)Assistentes: Paulo César Pereira de Freitas (MS) e Alécio Aparecido Lezzo (MS)

Coritiba - Douglas; Djames (Rodrigo Batata), Reginaldo Nascimento, Anderson (Vágner) e Ricardinho; Peruíbe, Capixaba, Jackson e Caio; Alcimar e Renaldo. Técnico: Márcio Araújo

Internacional - André; Élder Granja, Bolívar, Vinícius e Jorge Wagner; Edinho, Tinga, Márcio Mossoró e Fernandão; Rentería e Rafael Sobis. Técnico: Muricy Ramalho

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