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Recém-chegado do Santos, o atacante Giva é um dos exemplos de contrato por produtividade que o Coritiba pretende adotar como hábito no Alto da Glória. | Felipe Rosa / Tribuna
Recém-chegado do Santos, o atacante Giva é um dos exemplos de contrato por produtividade que o Coritiba pretende adotar como hábito no Alto da Glória.| Foto: Felipe Rosa / Tribuna

Prática comum no mundo corporativo, a remuneração variável dá passos tímidos no futebol brasileiro. Com os contratos de produtividade, os times conseguem reduzir significativamente o salário fixo dos atletas. Se eles atingirem metas, como jogos disputados, gols marcados, títulos conquistados e camisas vendidas, recebem uma bonificação.

Esse tipo de vínculo era encontrado em casos isolados, normalmente quando era muito arriscado para os empregadores. Foi assim com Adriano no Atlético, por exemplo. O Palmeiras adota esse método desde 2013 e o Coritiba quer implementá-lo com força daqui em diante. A tendência é que se espalhe gradativamente.

"É o melhor caminho a ser seguido. Não vejo porque o futebol deve ser diferente [de uma empresa], onde as remunerações são baseadas no resultado. Essa metodologia permite equilibrar bons e maus momentos dos jogadores", destaca o vice-presidente do Coxa, Ricardo Guerra.

O time fechou recentemente um contrato desse tipo com o atacante Giva, ex-Santos.A remuneração variável é uma resposta aos altos salários praticados pelos clubes brasileiros, com folhas de pagamento cada vez maiores e mais difíceis de serem mantidas em dia. A redução dos vencimentos tem sido o caminho encontrado pelos times como medida de austeridade.

"Tem jogadores por aí que ganham um caminhão de dinheiro e nem sequer jogam. Isso é ruim para todo mundo. [O contrato de produtividade] é uma tendência inteligente porque coloca todo mundo no mesmo nível. O clube é que paga e é justo que só pague pelo o que o jogador produza", opina o professor de Direito Desportivo da Fundação Getulio Vargas (FGV), Pedro Trengrouse.

Os contratos de produtividade são bons para os clubes, mas até certo ponto. Financeiramente valem a pena. Entretanto, por não ser uma prática difundida por todo o futebol brasileiro, a concorrência com times que aceitam pagar – quando conseguem – megasalários é predatória.

"Um lado ruim é que em alguns momentos perdemos jogadores para a concorrência, que aceita pagar um valor fixo mais alto do que o nosso", explica o ex-diretor-executivo do Palmeiras, José Carlos Brunoro. A equipe perdeu para o São Paulo o atacante Alan Kardec exatamente nessa situação.

O método também altera a forma de o jogador se relacionar com o time, já que há uma significativa carga motivacional inserida na metodologia. Se quiser ganhar mais, vai ter de provar em campo.

"É estimulante. E tem a questão de que você consegue observar o próprio resultado e o reconhecimento desse resultado", diz a presidente da Associação Brasileira de Recursos Humanos do Paraná (ABRH-PR), Daviane Chemin.

Para o empresário de jogadores Hugo Garcia, essa motivação não pode ser apenas entrar em campo. Os critérios precisam ser mais desafiadores e, de preferência, coletivos. "Produtividade é buscar pontos, precisa estar atrelado a pontos. Assim, o jogador vai fazer de tudo para ganhar os jogos", comenta.

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