Coritiba se apega à gestão corporativa para justificar sucesso dentro de campo

O novo modelo de gestão do Co­­ri­­tiba, inspirado em administrações empresariais, começa a dar os primeiros resultados após o plano emergencial lançado no ano passado, com foco no acesso à Série A na­­cional. A base deste início de temporada promissor, como comprovou a vitória por 4 a 2 no Atle­­tiba de domingo, passa necessariamente por dois pontos-chave: or­­ga­­nização e continuidade.

Baseado nesse novo modelo de administração, com cobranças quase que diárias por resultados, o clube renovou contratos da maior parte do grupo campeão da Se­­gun­­da Divisão. Também partiu ao mercado em busca de soluções es­­pecíficas para reforçar o grupo. Segundo o vice-presidente, Vilson Ribeiro de Andrade, mentor intelectual da transformação, o plano foi traçado ainda em setembro de 2010, em reunião que contou a pre­­sença do coordenador de futebol Felipe Ximenes e do então técnico Ney Franco. Em conjunto com a comissão técnica ficou definido quem deveria ter o contrato ampliado.

"Focamos na renovação de nomes importantes como o Leo­­nardo, Pereira e o Marcos Aurélio", conta Andrade, que neste ano também estendeu os compromissos do zagueiro Lucas Mendes, do goleiro Vanderlei e do volante Leandro Donizete.

Do time titular, apenas o goleiro Édson Bastos tem contrato até o fim da temporada. Todo o restante da equipe está vinculado ao Coxa ao menos pelos próximos dois anos – ou o clube tem a opção de compra, caso do meia Davi. A diretoria também já de­­monstrou o interesse na permanência de re­­servas importantes, como o za­­gueiro Jéci e o meia Ge­­raldo, cujos acordos terminam na metade do ano.

Na mesma reunião ficou estabelecida como seria a busca por reforços. Na ocasião, a contratação de Davi, Eltinho e Emerson, todos vindos do Avaí, foi considerada uma oportunidade de mercado, como revela Andrade. "Deu muito certo", comemora o dirigente.

A próxima aquisição será o meia Éverton Santos, ex-Corinthians e São Caetano. Para contar com o jovem de 21 anos, o clube investiu na compra de 50% dos direitos econômicos do atleta, repetindo a engenharia feita com Léo Gago, Eltinho e Emerson, to­­dos representados pela L.A. Sports.

"Nossa relação com eles não é de parceria. É como com qualquer outro empresário. Mas temos afinidades, o que facilita", justifica Andrade.