| Foto: Sossella

Na emoção da conquista!!!

"Graças a Deus conseguimos o título. Se não fosse por ele, não conquistaríamos nada. Agradeço a todo mundo que batalhou para conseguirmos a virada e a vitória".Keirrison, atacante.

"Se não fizemos uma grande partida, valeu pela vontade. Acreditamos até o final e não nos entregamos. Lutamos até o fim e buscamos o resultado. Agora é só comemorar, afinal a gente merece".Edson Bastos, goleiro.

"Foi muito emocionante. A galera tá de parabéns pelo que fez o campeonato todo. Nós sabíamos que o time era capaz. Acreditamos até o final e conseguimos a vitória".Caíco, meia.

"Eu acho que esse grupo não merecia nada diferente do que o título. Mas, como tudo nesse ano, ele veio no sacrifício. Foi como a Batalha dos Aflitos. Foi a luta deles (jogadores). Estamos de parabéns, Fico feliz pela torcida, que não merecia sair se esse título".René Simões, técnico.

"É um prêmio para a nossa torcida. Pelo que eles fizeram na temporada, eles merecem isso. Quero convocar a torcida para a nossa chegada no aeroporto, para junto com um trio elétrico fazer uma passeata que vai terminar com uma festa no Couto Pereira". João Carlos Vialle, diretor de futebol.

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Trajetória

A vida do Coritiba não foi nada fácil nos últimos dois anos. Quando o rebaixamento foi confirmado, o martírio da torcida começou. Eleições intermináveis, falta de identidade de jogadores com o time, constantes trocas de treinadores, falsificação de assinatura, pedido de impeachment e brigas no aeroporto. Reestruturação técnica, sangue novo, união, TORCIDA, trabalho e objetivos. Por fim, a volta.

Confira toda a trajetória do Coritiba do buraco à glória

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Na já batizada "Batalha do Arruda" (uma referência à "Batalha dos Aflitos", na conquista do Grêmio), o Coritiba lutou até o final e com gol aos 47 minutos do segundo tempo venceu o Santa Cruz por 3 a 2 e conquistou o título da Série B do Campeonato Brasileiro. Depois de sair na frente e permitir virada, marcou dois gols nos últimos 10 minutos e coroou uma caminhada sofrida, mas recheada de alegrias, raça e união.

A "Batalha do Arruda"

Sem medo de plagiar a chamada "Batalha dos Aflitos" – que rotulou a partida entre Grêmio e Naútico, na casa do alvirubro, e que terminou numa vitória história para os gaúchos – o jogo entre Coritiba e Santa Cruz merece reconhecimento de igual importância. Se a partida começou morna, ela terminou num grau de emoção tão alto que mexeu diretamente com o coração da torcida.

O alviverde abriu o placar com um gol de Henrique ainda no primeiro tempo. A vitória, embora simples, já garantia ao Coxa o título da Série B, independente do resultado entre Paulista e Ipatinga. Mas a vantagem paranaense se transformou rapidamente em aflição quando o Santa Cruz empatou e em Jundiaí o Ipatinga conseguiu a virada.

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Em poucos minutos o título – que era dado como certo pelos torcedores há várias rodadas – passou das mãos alviverdes para as do Ipatinga. O Santa Cruz marcou o gol da virada e o desespero tomou conta dos jogadores do Coritiba. Volante queria ser atacante, zagueiro não sabia mais onde atuar e todos receberam uma injeção de adrenalina nos pés e no coração.

Com um jogador a menos depois da expulsão de Jeci, os jogadores do Coxa "se enervaram". No minuto seguinte Henrique Dias, que havia entrado no segundo tempo, cruzou para Keirrison mandar para as redes. No sufoco o Coxa seguiu pressionando e mesmo sem ter mais um jogador – já que Túlio também foi expulso – o alviverde alcançou sua redenção aos 47 minutos. Henrique Dias mandou para o gol depois de um bate-rebate, configurando o típico gol chorado, sofrido, mas merecido. Festa Coxa em todo o país.

O jogo

O Coritiba começou lento. Os jogadores esperaram o adversário se posicionar em campo, para descobrir por quais setores eles poderiam atuar com mais eficiência. Nesta postura mais conservadora, os visitantes souberam esperar, mas foram ameaçados antes de ameaçar.

Aos 18 minutos, o atacante Kuki deu o último passe de uma belíssima tabela e ajeitou para Carlinhos Paraíba, que passou em velocidade e disparou uma bomba. Bem colocado, Edson Bastos fez grande defesa. Logo depois o mesmo Carlinhos Paraíba apareceu pelo meio, se livrou da marcação e chutou forte, com perigo ao gol Coxa.

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Vagarosamente, o Coritiba começou a encontrar o seu espaço. As jogadas de ataque passaram a ser mais freqüentes e a primeira chance de gol aconteceu aos 22 minutos. Gustavo recebeu pela intermediária esquerda, ajeitou e chutou forte para grande defesa de Gottardi. Dois minutos depois, Ivo chutou de longe e novamente o camisa 1 do Santa defendeu com eficiência.

O Coritiba começou a ter mais posse de bola e o gol virou uma questão de tempo. Aos 33 minutos Túlio recebeu uma carga faltosa pela esquerda e se preparou para a cobrança. O levantamento foi caprichado e preciso para o zagueiro Henrique, que se antecipou à marcação e mandou de cabeça nas redes do Santa Cruz, abrindo o placar para o Coxa.

Ao final do 1.º tempo, o Coritiba conquistava o título. Além de estar vencendo, o Paulista empatava com o Ipatinga e ajudava o alviverde. "A gente não está ligando para o resultado de lá. Estamos ligando só para o nosso jogo. Temos que dar a vida, dar o sangue para buscar mais um gol", disse o meia Pedro Ken.

Segundo tempo emocionante

Para a segunda etapa, apenas o Santa Cruz voltou modificado, com Genal no lugar de Aldo. O técnico René Simões explicou o que o time precisava fazer para manter a vitória. "Estamos afunilando muito o jogo. Eles têm seis jogadores no meio e é tudo que eles querem. Temos que abrir mais o jogo pelas laterais".

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O Coritiba voltou para o jogo disposto a marcar logo o seu segundo gol e não depender do resultado de Paulista x Ipatinga. Aos 7 minutos, depois de uma cobrança de escanteio, a bola sobrou na entrada da área para Jeci, que de primeira mandou com capricho no travessão do gol defendido por Gottardi.

Mas o sinal de alerta se acendeu para o Coritiba aos 13 minutos da segunda etapa. No chute cruzado de Carlinhos Paulista, Edson Bastos faz a defesa. No chão, com a bola nas mãos, o goleiro foi surpreendido por Nildo que roubou a bola faltosamente e mandou para as redes. O árbitro não deu a falta e o jogo ficou empatado. Como na cidade de Jundiaí o Ipatinga tinha conseguido a virada, o Coritiba perdia o título da Série B.

Não recomendado para cardíacos

As coisas se complicaram muito para o Coritiba aos 35 minutos da etapa final. Jeci faz falta na entrada da área, recebe o segundo amarelo e em seguida o vermelho. Na cobrança de falta, Genal chutou forte e depois do rebote de Edson Bastos – diante da bobeada da zaga – Max mandou para as redes alviverdes.

Raça e confiança

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Aos 41 minutos mais dois jogadores foram expulsos. Nildo pelo Santa Cruz e Túlio pelo Coritiba. Mas na base da raça e do "coração", o Coritiba seguiu acreditando no título. Aos 42 minutos Keirrison aproveitou o cruzamento de Henrique Dias e mandou de cabeça nas redes do goleiro Gottadi.

Quando os torcedores já iam se conformando com o resultado, A bola bateu e rebateu dentro da pequena área e o pé salvador de Henrique Dias foi o último a tocar nela. Para lavar a alma, para provar o valor do grupo e soltar o grito de "É CAMPEÃO!!!", a bola foi para as redes do Santa Cruz.