Coritiba supera o líder e confirma reação

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Coritiba 1 x 0 Palmeiras - Quarenta e cinco minutos e trinta segundos do segundo tempo. Marcelinho Paraíba corre para a bola. Ele tem nos pés a responsabilidade de reverter a situação do Coritiba no Campeonato Bra­­sileiro – ou deixá-la novamente crítica. E mostra o porquê do Coxa estar fazendo todo o esforço para mantê-lo no Alto da Glória.

O limiar que distanciou o time de Ney Franco da zona de rebaixamento e o colocou na 14ª colocação, está nesses poucos passos do capitão, mas foi construído com o apoio da torcida e o dedo de Ney Franco.

A vitória sobre o líder Pal­­meiras, por 1 a 0, ontem, no Couto Pereira, veio em um pênalti polêmico sobre Thiago Gentil no último minuto de jogo, no seu primeiro lance na partida.

Mas, muito possivelmente, a falta só foi marcada pelo carioca Péricles Cortez por remorso.

Pouco antes do lance capital, o árbitro ouviu uma vaia ininterrupta por mais de três minutos. Ele havia revoltado a torcida ao não marcar outra penalidade (também duvidosa), em Marcos Aurélio, ainda na metade da etapa final. A interpretação do apitador fez o que o time do casa ainda não tinha conseguido fazer: o estádio tremer.

Depois um primeiro turno aterrorizante, o Coritiba enfim pareceu engrenar na etapa final e sinalizou algo de bom no ano de seu centenário. Nem que seja apenas evitar o sofrimento de seu torcedor.

Após a chegada de Ney Franco, dois jogos e duas vitórias. Os 100% de aproveitamento ainda não podem ser considerados como uma mudança definitiva. Mas dão esperança de que, quem sabe, ainda reste algo de bom em 2009.

Afinal, os jogadores parecem acreditar nisso. Depois do jogo, todos se abraçaram entusiasmados. E a torcida alviverde, como não fazia a muito tempo, saiu do estádio buzinando até em casa.

"Essa vitória nos dá moral. Não fizemos um bom primeiro turno, mas agora começamos vida nova. O Ney Franco tem passado toda a tranquilidade e nós temos tido personalidade", afirmou o goleiro Édson Bastos, resumindo um pouco do que todos os atletas falaram.

O jogo em si foi emocionante, mas esteve longe de ser bom. Ney, contudo, não tem culpa disso. Em uma partida com quatro expulsões, não há es­quema tático que resista. Mesmo assim, o trio formado por Marcelinho Paraíba, Pedro Ken e Carlinhos, novamente criou as melhores oportunidades do time. Só não se sabe se ele estará presente no sábado contra o Santo André: um dia antes, Marcelinho define se fica ou não no Coxa. Ele já disse que quer, o Coxa afirma que está 99% certo. Mas ontem o atleta se calou.

"Não posso falar agora, só de­­pois que eu conversar", disse o atacante, agora um dos artilheiros da competição, com dez gols.

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Em Curitiba

Coritiba

Édson Bastos; Márcio Gabriel (Marcos Aurélio), Pereira, Jéci e Douglas Silva; Donizete, Jaílton, Pedro Ken e Carlinhos Paraíba; Marcelinho Paraíba e Bruno Batata (Thiago Gentil)

Técnico: Ney Franco

Palmeiras

Bruno; Maurício Ramos, Danilo e Marcão; Souza, Pierre, Cleiton Xavier, Daniel (Jumar), Pablo Armero; Obina (Robert) e Ortigoza (Deyvid)

Técnico: Muricy Ramalho

Estádio: Couto Pereira. Árbitro: Péricles Cortez (RJ). Gol: Marcelinho Paraíba, aos 45/2º. Expulsão: Pierre (P) aos 32/1º; Leandro Donizete (C), aos 40/1º, Marcão, aos 44/2º, Pereira, aos 49/2º. Amarelos: Maurício Ramos (P), Cleiton Xavier (P), Bruno Batata (C), Armero (P), Pedro Ken (C), Marcelinho Paraíba (C), Marcos Aurélio (C). Público: 16.381 (17.584 total). Renda: R$ 253.920