Coritiba tenta esquecer dependência de terceiros

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Para ser bicampeão estadual hoje, o Coritiba precisa vencer o Nacional no Couto Pereira e ainda torcer para um tropeço do Atlético com o Cianorte na Arena. Para a torcida, que já estava desacreditada com a derrota para o Iraty, a vitória no clássico na casa do rival fez com que o título acabasse sendo um "bônus".

Mas a diretoria coxa-branca está confiante que a taça pode acabar no Alto da Glória, tirando a pressão de conquistar um título no ano do centenário. "Infelizmente não dependemos só da gente. Temos de ganhar o nosso jogo e contar com um tropeço do adversário para que possamos comemorar", diz o diretor de futebol, Homero Halila. A aposta é que a tradição dos anos terminados em nove se repita – já que o Coxa foi campeão em 59, 69, 79, 89 e 99.

Chegou-se a cogitar que, para esta partida, o sistema de som do Couto Pereira poderia deixar de informar um gol do Atlético para não desmotivar torcida e jogadores. Segundo Halila, isto não está programado. "Não temos nada de especial montado. Confiamos na capacidade do Cianorte e acreditamos no potencial que eles possam complicar para eles (atleticanos)", afirma.

Nos bastidores do Couto Pereira, especula-se que esta confiança na capacidade do Cianorte teria um fundo financeiro: R$ 100 mil. A famosa "mala-branca" também estaria no sentido contrário, mas a metade: R$ 50 mil pagos pelos rubro-negros para os jogadores do Nacional. Halila não confirma a informação.

"Procuramos descobrir como estava o time do Cianorte, se eles viriam com força máxima e se estão encarando o duelo com responsabilidade. Obtivemos informações de que eles virão aqui para jogar mesmo e fechar a participação no Estadual com muita hombridade e honradez", desconversou Halila.

O treinador do Coritiba definiu a equipe que enfrentará o Nacional, mas surpresas ainda podem aparecer. Segundo o comandante coxa-branca, o argentino Ariel Nahuelpan tem muito potencial, mas precisa ser trabalhado por não ter feito uma boa base. Com isso, Marlos tem chance de substituí-lo durante o jogo.

Quanto à estranha situação de entrar em um jogo dependendo de outro, René Simões quer que os jogadores esqueçam o que ocorre na Arena. "A palavra de ordem aqui é esquecer o Cianorte. Eles são um problema do Atlético. O nosso é o Nacional".

Mas, diante da perspectiva de ser campeão, para os jogadores alviverdes é difícil se concentrar só na equipe de Rolândia. "Eu estou ansioso, esperando um empate ou uma derrota do outro lado para nós sermos campeões. Mas nosso pensamento tem que ser no Cianorte e na vitória", afirma Renatinho, confundindo-se sobre qual será o adversário de hoje. O jovem substituirá o meia Marcelinho Paraíba que, apesar de suspenso, deve participar da preleção no vestiário.

O adversário

Se depender do Nacional, o Coritiba vai amargar um fracasso no ano do centenário. De acordo com o técnico Gilberto Pereira, o time de Rolândia – que já tirou a chance do J. Malucelli assumir a ponta da tabela na rodada passada – está com a cabeça feita para atormentar também o Coxa.

"Temos de aproveitar as poucas chances que temos para ganhar mídia", assegura. Mas o treinador tem problemas para montar o time – Rodrigo, Vinícius, Fabiano e Grafite são os desfalques. "Vamos com alguns garotos dos juniores para compor o banco de reservas", lamenta.

Ao vivo

Coritiba x Nacional, às 15h45, no Premiere, na RPC TV e no tempo real da Gazeta do Povo (gazetadopovo.com.br/esportes).