O Coritiba começa a definir hoje a situação do atacante argentino Ariel Nahuelpan. Está marcada para essa sexta-feira, no Couto Pereira, uma reunião entre Ernesto Pedroso, da comissão de futebol do Conselho Administrativo do Coxa, e Eduardo Dreyer, ex-jogador do clube e assessor do atleta em Curitiba.
Primeira conversa formal entre as duas partes com rumo já definido: para o camisa 9 permanecer no Alto da Glória, será preciso rediscutir as bases do contrato, visando uma valorização financeira ou seja, o antigo acerto deve ser bastante modificado.
Esse é o desejo de Ariel e a alternativa mais segura para o Coritiba. "É um jogador que fez sucesso com a torcida, visado pelo mercado. Não queremos dar brecha para outros clubes", comenta Ernesto Pedroso. Ao falar em "brecha", o dirigente lembra as saídas de Marlos, Rodrigo Mancha, Marcelinho e Carlinhos Paraíba, sem render nada ao clube.
Preocupação por causa do acerto que foi feito com Ariel. Ele desembarcou no Alto da Glória em julho de 2008 vindo do desconhecido Nueva Chicago, de Buenos Aires, por cerca de U$ 1,5 milhão de dólares, contratação mais cara da história coritibana.
Em se tratando de um estrangeiro, firmou-se um acordo de dois anos, mesmo prazo do visto de trabalho dele no Brasil (condição imposta pelo Ministério do Trabalho). E preparou-se uma renovação, por mais três anos, para quando a permissão expirasse. Manobra legal e normal, porém, passível de contestação na Justiça.
Soma-se a isso a possibilidade de Ariel já acertar um pré-contrato com outra agremiação, pois restam menos de seis meses para o término do vínculo inicial (dia 30 de junho). "Tudo pode ser discutido no futebol. Mas o Coritiba e o Ariel sabem o que assinaram", comenta Gustavo Nadalin, diretor jurídico do Alviverde.
Sobre o assédio, duas equipes demonstraram interesse. Uma delas foi o Fluminense. Porém, com uma proposta considerada absurda nos bastidores do Alto da Glória: a cessão de cinco jogadores, nenhum deles de expressão, por Ariel. A intenção valeu a seguinte resposta de Vilson Ribeiro de Andrade, vice-presidente do G9 coxa-branca. "Eles que tragam 20 milhões de euros que ainda sai negócio."
Nas bases do primeiro contrato de Ariel com o Verdão, a multa rescisória é hoje (através do cálculo penal da Lei Pelé) de R$ 24,4 milhões (ou 9,3 milhões de euros). "O Ariel foi uma aposta do Coritiba. Vamos primeiro ouvir o que o clube tem para nos dizer e conversar. Não há qualquer intenção de complicar a negociação", afirma Dreyer.