A torcida do Coritiba divulgou nesta segunda-feira um manifesto virtual de protesto a algumas atitudes e promessas do presidente Giovani Gionédis e sua diretoria em 2005. "Assinado" por 54 torcedores, o documento relaciona algumas promessas da diretoria que não teriam sido cumpridas na última gestão.
O primeiro tópico abordado no manifesto diz respeito aos valores recebidos pelo Coritiba nas transações do zagueiro Miranda e do lateral-direito Rafinha com o futebol do exterior. Gionédis afirmou que o clube ainda receberia três parcelas relativas às negociações, que cobririam e lacuna deixada pela perda de verba de televisão gerada pelo rebaixamento do clube.
O dinheiro das negociações serviria para contratar quatro ou cinco reforços "de peso" para melhorar a qualidade do elenco. O secretário da diretoria executiva, Luiz Henrique de Barbosa Jorge, o Espeto, confirma e explica estas declarações. "Isso está no planejamento do clube para 2006. Uma das parcelas da venda do Rafinha já foi depositada e servirá para pagar fornecedores, rescisões de contratos, 13.º de funcionários do clube, entre outras despesas administrativas".
As outras duas parcelas serão depositadas nos cofres alviverdes em 1.º de abril (Rafinha) e 1.º de julho (Miranda). "Com esse dinheiro traremos, e o torcedor pode ter certeza disso, pelo menos quatro reforços conhecidos nacionalmente", afirmou Espeto. Para tranqüilizar a torcida, o valor correspondente a venda de Rafinha é de 1,4 milhões de Euros. "Nossa gestão sempre foi marcada pela transparência. Somos honestos e francos com a nossa torcida". Estádio
No manifesto divulgado, os torcedores alegam que na época da final da Copa Libertadores da América 2005, o presidente Gionédis teria prometido reformas no Couto Pereira que aumentariam a capacidade do estádio para 40 mil torcedores.
"Isso realmente aconteceu. Porém, como estamos adiantados nas parcerias e projetos para a conclusão do terceiro anel na Rua Mauá, achamos por bem não gastar dinheiro à toa em uma reforma que seria inútil com as próximas benfeitorias. Com a conclusão do estádio, inicialmente ainda em 2006, a capacidade seria aumentada para 40 mil pessoas", explicou Espeto.
1.ª divisão
A torcida reclamou ainda que o a diretoria teria prometido a permanência na elite do futebol brasileiro, o que não aconteceu. "Ninguém queria ser rebaixado. Isso não estava nos projetos de ninguém. Falhas foram cometidas, mas estamos remediando esse problema para voltarmos à elite do Brasileirão", afirmou Espeto.
Para concluir o dirigente pede paciência à torcida. "Confiamos muito na nossa torcida e só pedimos um pouco de paciência. Estamos trabalhando dentro de uma nova realidade financeira e, como sempre, não cometeremos loucuras. Vamos montar um grande time e voltar para a 1.ª divisão, que é o nosso lugar".