Marcelo Oliveira tem rendimento de apenas 30% no Coritiba.| Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo

Na luta direta contra o rebaixamento no Brasileirão, o Coritiba terá dez dias para arrumar a casa antes do próximo duelo diante do líder Corinthians, em 11 de outubro, no Itaquerão, pela 27.ª rodada. Há sete rodadas sem vencer, o Coxa amarga a vice-lanterna.

CARREGANDO :)

TABELA: veja como está a classificação da Série A do Brasileiro

O campeonato vai parar neste período por causa das duas rodadas finais das Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2018. Se dentro de campo o técnico Marcelo Oliveira terá trabalho para subir a equipe de rendimento, fora dele o clube do Alto da Glória terá uma série de situações para administrar na luta contra a degola.

Publicidade

Mídias sociais

O episódio envolvendo o lateral-direito Dodô após derrota para o Palmeiras, em setembro, escancarou a necessidade alviverde de gerir com cuidado redobrado as redes sociais oficias, tanto do clube, como dos jogadores — o atleta bateu boca com torcedores e chegou a anunciar uma saída do Coxa. Em seguida, pediu desculpas e disse que o “sangue esquentou”.

Em tempos de crise dentro de campo, qualquer declaração impensada por parte de atletas serve de combustível para a ira da torcida, que monitora ainda os jogadores em seus momentos de folga, criticando festas e celebrações. Um motivo a mais para o clube supervisionar com cuidado as atitudes no mundo virtual.

VEJA TAMBÉM: Quem ganha ou perde com a última parada do Brasileirão

Eleição

Paralelamente à briga contra a degola, o Coritiba vive outro momento crucial fora de campo: em dezembro, será eleito o novo presidente coxa-branca. Publicamente, os envolvidos no processo eleitoral tentam desviar o foco, afirmando que a prioridade é garantir o Coxa na Primeira Divisão [confira o raio-X da eleição ].

Nos bastidores, entretanto, o processo eleitoral ferve os corredores do Alto da Glória, com formação de chapas e aliados. Cenário que historicamente atrapalha clubes brasileiros em situações delicadas no Brasileirão. O desafio no Coritiba é evitar que o pesado ambiente político contamine a atmosfera do time.

Publicidade

Contratos

Juntamente ao ambiente de tensão nas redes sociais e à conturbação decorrente do processo eleitoral, o Coritiba deve administrar com cuidado a situação contratual do atual elenco: 22 jogadores (dois times inteiros) podem deixar o clube ao final da temporada. Cenário que pode desmobilizar o grupo na reta final da Série A.

A missão do departamento de futebol é evitar o clima de incerteza em relação ao futuro inerente a esse tipo de situação. Muitos jogadores já começam a planejar o próximo ano e necessitam de uma resposta mais clara. Pesa contra qualquer planejamento, entretanto, a possibilidade de saída da atual diretoria e entrada de gestores com ideias diferentes para o futuro do time.

Marcelo Oliveira

Com alto salário, o experiente e vitorioso treinador foi contratado em julho como esperança da diretoria para fazer o Coritiba voltar a vencer e sonhar com algo a mais no Brasileirão. Após dez partidas no comando do time, entretanto, o aproveitamento é decepcionante: são apenas duas vitórias em dez partidas, rendimento de 30%.

Neste período, o próprio Oliveira admitiu ainda não ter encontrado uma identidade na equipe, nem ter estabelecido a forma de jogo alviverde. Ou seja, os dez dias de pausa do Brasileirão antes do duelo com o Corinthians serão cruciais para o técnico dar um resposta, fazer o Coxa voltar a jogar bem e vencer.

LEIA TAMBÉM: Com ataque entre os piores, Coritiba promete reforçar treinos de finalização

Publicidade

Motivação

Após sete jogos seguidos sem vitória, alguns jogadores do Coritiba já admitem abatimento com a situação. O clube inclusive contratou o consultor de melhoria de desempenho, Evandro Mota, para tentar elevar os ânimos e resgatar a confiança e alegria dos jogadores no CT da Graciosa. O foco dos atletas, por sua vez, está em resgatar o bom momento do início da disputa.

A boa largada do Coxa na Série A desencadeou uma série de declarações otimistas da diretoria , que chegou a dizer que o time brigaria pelo título. Além disso, empolgou os jogadores, que vislumbravam finalmente tirar o Coritiba da constante luta contra o descenso, após anos seguidos. As altas expectativas criadas aumentam o atual momento de abatimento.