Ex-presidente do Coritiba entre 2002 e 2007, Giovani Gionédis garante observar à distância a crise política instalada no Alto da Glória.
Um dos principais argumentos do ex-cartola é de que o presidente Samir Namur foi eleito de forma legítima, segundo o estatuto alviverde, para um mandato de três anos.
“É um mandato de três anos, essa era a regra do jogo. Não vou no mérito se o estatuto é justo, mas ele é vigente e temos que nos basear nisto”, argumenta.
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Ou seja, no entendimento de Gionédis, não existe nenhum ato de má gestão que possa ser imputado a Namur e, consequentemente, justificasse um pedido de impeachment.
“Único problema que tem é o resultado em campo, que pode derivar de um campo subjetivo da má gestão, mas é muito subjetivo”, explica.
Na última segunda-feira (19), conselheiros do clube oficializaram o pedido de uma assembleia geral extraordinária para destituir o atual presidente Samir Namur.
Cenário tenso que, na opinião de Gionédis, apenas trará prejuízos ao Coxa. “Vai dar um imbróglio negativo para o Coritiba, não só pela questão comercial, mas pela discussão social. O clube fica cercado de instabilidade”, prevê o ex-mandatário.
O ex-cartola ainda crê que, diante do panorama que se apresenta, apenas uma solução evitaria que o Coxa terminasse envolvido em uma longa batalha judicial: a renúncia de Namur. Mesmo assim, essa não seria uma solução definitiva, no entendimento de Gionédis.
“A única solução é se o Samir renunciasse. Mas, mesmo que ele saia, teria de sair a diretoria inteira junto. Mesmo que consigam uma suspensão do Samir, é só do Samir, não da diretoria”, reforça.
Vale lembrar que Namur já asseverou que, em hipótese alguma, renunciará ao cargo ou aceitará trocas no G5.
Paralelos entre 2006 e 2018
Quando presidiu o Coritiba em 2006, Gionédis sofreu processo de impeachment no Conselho Deliberativo, à época presidido por Júlio Militão.
Na época, Gionédis foi acusado pelo ex-presidente, Evangelino da Costa Neves, que afirmava que uma assinatura sua foi falsificada em documento utilizado na reeleição de Gionédis, em dezembro de 2005.
“Minha situação foi diferente. Foi uma guerra na eleição. Eu tinha um Deliberativo inteiro eleito pela oposição, não era proporcional como hoje”, relembra Gionédis.
“Eles buscaram um impedimento meu porque ganhei a eleição nos votos e eles alegaram que uma das assinaturas era falsa. Depois judicializei e derrubei esta acusação. A motivação era diferente”, completa.
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