Ao confirmar Eduardo Barroca como técnico, o Coritiba adota estratégia diferente para 2020. Na era Samir Namur, o Coxa se acostumou a ter times defensivos, que pouco pressionavam e viam o adversário ter mais posse de bola.
Foi assim com Sandro Forner, Eduardo Baptista, Tcheco, Argel Fucks e Jorginho. Umberto Louzer até tentou montar um time com maior posse de bola, mas não resistiu. Dessa vez, o projeto, pelo menos na teoria, será outro.
Especialmente neste ano, o torcedor alviverde se acostumou a ver o time atuando atrás, explorando o contra-ataque e jogando por uma bola para conseguir a vitória. Com Jorginho, na reta final da Série B, a estratégia deu certo, com a equipe obtendo os resultados, mas sem apresentar bom futebol.
Com Barroca, a perspectiva é outra. Tanto no Botafogo, quanto no Atlético-GO, o técnico buscou ofensividade e posse de bola, indo para cima dos adversários, mesmo tendo em mãos um elenco mais fraco.
“Ele mesmo se auto intitula como protagonista. Ele quer a posse de bola, abomina essa história de saber sofrer. Na maioria dos jogos ele tem a posse de bola, toque curto, não gosta de ligação direta e quer bola no pé”, explicou Fred Gomes, setorista do Botafogo no GloboEsporte.com.
“Ele tinha o pensamento de que, se o elenco é limitado, vai ficar com a bola e não dar a bola para o adversário e ficar sofrendo lá atrás. Ele é contra a retranca, não vai dar a bola para o rival nunca”, acrescentou o jornalista.
O treinador chegou ao clube carioca para a disputa do Brasileiro. Apósde se destacar nas categorias de base do próprio Botafogo, foi para o Corinthians, mas retornou ao ex-time para estrear como profissional. O início foi promissor. Chegou a ser quarto colocado na tabela e se manteve próximo da zona de classificação para a Libertadores até a 14ª rodada.
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“A maior virtude dele foi ter conseguido, com um grupo enxuto e limitadíssimo tecnicamente, levar o Botafogo a brigar em um primeiro momento pelas primeiras colocações, batia de frente com times grandes. Ele colocou na cabeça dos caras que podiam competir de igual para igual”, ressaltou Fred Gomes.
Só que depois o time caiu de rendimento com cinco jogos sem vencer, sendo quatro derrotas seguidas, e apenas um triunfo em nove rodadas. Uma queda que acarretou em sua demissão. No entanto, naquele período o Botafogo já convivia com salários atrasados além de o elenco ter perdido peças titulares, por lesões, suspensões e saídas de jogadores.
“A queda de rendimento do Botafogo teve muito a ver com lesões de jogadores importantes, como Alex Santana, o próprio Carli teve uma queda de rendimento boa, muitas vezes suspenso. O estilo dele também já não era mais segredo para os adversários, mas a queda de produção foi mais por coincidência do que por um trabalho ruim”, apontou Fred Gomes.
“O que faltou foi variação de jogo. Ele insistiu muito nisso de posse de bola e pouco trocou, não tentou outro estilo quando não dava certo”, completou o setorista.
Montagem do elenco
No total, foram dez vitórias, três empates e 14 derrotas em 27 jogos, totalizando 40% de aproveitamento. Na sequência, foi para o Atlético-GO. Sem tempo para conhecer o elenco e até implementar rapidamente seu estilo de jogo, Barroca tinha a missão de levar o Dragão para a Série A.
Foram apenas nove rodadas, mas com um aproveitamento de 51%, com três vitórias, cinco empates e uma única derrota e o objetivo alcançado.
Agora, o novo treinador terá, pela primeira vez, a chance de montar um grupo e ter toda uma pré-temporada à disposição. Confirmado na última sexta-feira (20), ele já iniciou o planejamento com a diretoria do Coritiba e nos próximos dias já deve avaliar o elenco e indicar reforços.
Diante das dificuldades financeiras do Coxa, a tendência é que muitos atletas da base sejam aproveitados, uma outra característica do novo comandante. “Ele gosta de base. Tudo bem que ele era da base do Botafogo, mas é um cara que gosta de trabalhar com jovens, sempre gostou”, completou Fred.
Relacionamento com jogadores
O período de Jorginho no Coritiba ficou marcado pelo padrão ‘linha dura’ do treinador com o elenco. Cobranças públicas, principalmente em cima do atacante Rodrigão, que foi afastado do grupo nas últimas duas rodadas, marcaram a postura do técnico, que, mesmo assim, tinha os jogadores a seu favor.
Mais novo, Eduardo Barroca tem outro estilo, de defender seus atletas e cobrá-los mais internamente. Na reta final do seu período no Botafogo, o clube vivia com atrasos salariais e os jogadores se recusavam a dar entrevistas coletivas. O técnico era o único a falar, mas aderiu ao movimento, conversando com os repórteres sem o banner com a marca dos patrocinadores do time ao fundo.
“Ele é um cara leal aos jogadores. Não é paizão, até porque ele é novo, tem 37 anos, e não se coloca como pai de jogadores, mas é parceiro, fechado com o grupo e o defende a qualquer custo”, concluiu o jornalista.
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