Por 71 votos a 45, o Conselho Deliberativo do Coritiba aprovou na noite dessa segunda-feira (20), em reunião por videoconferência, o balanço financeiro do clube referente ao ano fiscal de 2019. O documento completo com as demonstrações financeiras do clube, contudo, foi disponibilizado apenas na manhã desta terça (21). O prazo legal para a publicação expirou há quase três meses, em 30 de abril.
Em seu site oficial, inicialmente o Coxa apresentou apenas uma notícia com comentários sobre o balanço. De acordo com o clube, o déficit do exercício foi de R$ 50,4 milhões. A explicação para tal resultado foi a perda R$ 56,5 milhões em receitas em comparação com 2018. Naquela temporada, a equipe manteve, mesmo jogando a Série B, contrato de televisão com valores de Série A.
"Importante ressaltar que os gastos com futebol foram responsáveis por uma parcela menor do déficit, no valor de R$ 12.623.167 (25%), ficando todo o restante ligado às despesas administrativas e não operacionais (ações trabalhistas, acordos judiciais descumpridos, parcelamentos tributários não pagos e suas respectivas consequências, como multas e juros)", destaca o clube.
O comentário oficial sobre o balanço também ressalta que parte da perda registrada em 2019 foi minimizada pela venda de direitos econômicos de quatro atletas em 2020: 100% do lateral Yan Couto, 50% do atacante Guilherme Parede, 20% do goleiro Vanderlei e 80% dos direitos do zagueiro Luis Felipe. O total foi de R$ 33,7 milhões.
O Conselho Administrativo também disse que todas as obrigações trabalhistas, inclusive premiações pelo acesso à elite, foram quitadas e que não houve ação trabalhista por não pagamento de rescisão de atletas ou funcionários no período.
"No entanto, é certo que os bons números de 2020 sofrem impacto com o cenário atual, fruto da pandemia da Covid-19 e seus desdobramentos", finaliza a nota.
De acordo com a Lei Pelé, o Coxa poderia sofrer punições pela não divulgação do balanço dentro do prazo. Ao mesmo tempo em que culpou a pandemia pelo atraso, o clube argumentou que, "por analogia", seguiria a Medida Provisória 931, que estendeu até 31 de julho o prazo de publicação do balanço para empresas.