Após ter o primeiro pedido negado, o Coritiba voltou a tentar, de forma judicial, um acordo para a proposta de Ato Trabalhista. Nesta quinta-feira (23), o Coxa apresentou duas novas propostas. A Tribuna do Paraná/Gazeta do Povo teve acesso ao documento com exclusividade.
A primeira proposta é pagar todas as dívidas inadimplentes, que giram em torno de R$ 38 milhões, em oito anos, com juros de 1% ao mês, retendo 20% de sua receita líquida mensal. A segunda seguiria os mesmos termos, mas com um adicional de 20% do valor líquido de futuras vendas de jogadores, o que poderia fazer com que o acordo fosse quitado antes.
Ainda nas propostas, o clube oferta não ter que pagar parcelas em novembro e dezembro, por conta dos altos gastos nesse período, e lembra que entre fevereiro e abril não tem nenhuma receita garantida com transmissões de televisão.
No documento enviado, o Alviverde reforça que, sem o Ato Trabalhista, não conseguirá pagar todas as dívidas antigas. Além disso, lembra que os gastos com folha salarial, envolvendo todos os funcionários, é de R$ 2,4 milhões mensais e, somando todos os gastos, a previsão é de que ainda terá que arcar com um total de R$ 43 milhões de custos até o final do ano, que é muito acima da receita estimada.
Uma forma de convencer o tribunal utilizada pelo Coritiba é que para poder ter dinheiro é preciso se manter na Série A, que é onde se obtém mais receitas. Se toda a receita já estiver bloqueada para pagar as dívidas, a equipe acabará rebaixada e ficará sem como arcar as contas antigas e atuais.
“Evitar o estrangulamento financeiro representado por penhoras sobre receitas futuras correntes do Clube, de modo a garantir previsibilidade na elaboração de orçamento e fluxo de caixa, e assegurar capacidade de realização de investimentos que assegurem a permanência do Clube na Série A do Campeonato Brasileiro de futebol, o que garantirá a obtenção constante de receitas relevantes para fazer frente a todo o seu passivo”, explica.
Outro ponto ressaltado é que, com a pandemia do coronavírus, o time não pôde jogar, sem receitas de bilheteria, e nesse período precisou arcar com gastos.
“O Coritiba pretende, portanto, com o pedido formulado, a obtenção de uma medida excepcional e complexa, numa situação única na história, pois, jamais se imaginou que atletas de alto rendimento, como é o caso do jogador de futebol, seriam forçados a ficarem em quarentena, sem sair de suas casas, por 4 (quatro) meses. O que dizer então do Clube de Futebol, nesse período, quando até os contratos de patrocínio foram rompidos, e de outro lado, as suas obrigações como empregadores continuam diariamente presentes”, diz o relatório.
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