Um dos destaques do Shakthar Donetsk na temporada, o lateral-direito Dodô vem se tornando uma peça a ser disputada no mercado europeu. O jogador de 21 anos, que foi revelado pelo Coritiba, em 2016, está na pauta de contratações do Bayern de Munique, da Alemanha, e do PSG, da França.
No entanto, o atleta prefere não pensar nisso e garante estar focado no seu clube atual. O Shakhtar Donetsk já conquistou o título do Campeonato Ucraniano em 2020, o quarto consecutivo, e tem pela frente o Wolfsburg, da Alemanha, pelas oitavas de final da Liga Europa, em agosto.
"Fico muito feliz. É um sonho de qualquer jogador estar sendo reconhecido por grandes clubes europeus, mas eu tento não desfocar. O Shakthar que abriu as portas pra mim na Europa, me dá oportunidade para mostrar meu futebol, e fico muito feliz. Eu busco trabalhar forte todo dia e peço para meus empresários não me falarem essas situações. Eu amo o Shakthar e tenho que mostrar mais ainda, provar mais ainda", disse Dodô, em entrevista aos canais ESPN e Fox Sports.
Caso as propostas se oficializem, o Shakthar pede cerca de 30 milhões de euros, algo próximo de R$ 177 milhões, para vender o atleta. O que seria bom para o Coxa.
Por conta do ‘mecanismo de solidariedade’ da FIFA, o clube formador de um atleta é compensado financeiramente em transações internacionais. Com isso, o Alviverde teria direito a 2,25% deste valor, o equivalente a quase R$ 4 milhões.
O lateral-direito foi para a Ucrânia em 2017, mas foi pouco aproveitado na sua primeira temporada e logo depois emprestado ao Vitória de Guimarães, de Portugal. Na volta, no entanto, se firmou no tipo e disputou 28 jogos, marcando dois gols, dando também passes importantes ate em jogos da Liga dos Campeões.
Em janeiro, Dodô fazia parte do elenco da seleção brasileira sub-23 que conquistou uma vaga para as Olimpíadas, que acontecerão no ano que vem. E a expectativa do atleta é estar no Japão em 2021 e beliscar uma vaga no grupo principal.
"É uma coisa que coloco na minha cabeça, é um sonho disputar uma Copa do Mundo. As minhas passagens na base da seleção foram muito produtivas, quero jogar as Olimpíadas. Sei que tem grandes nomes na posição na seleção, mas meu foco é trabalhar firme para chegar à seleção principal", acrescentou.
Começo
Quando estreou com a camisa do Coritiba, em 2016, Dodô tinha apenas 17 anos. Em quase dois anos no clube, disputou 54 partidas. Pouco tempo, mas que ele recorda com muito carinho, em especial de um jogador.
"Fico muito feliz pelo Coritiba ter me dado oportunidade. O Ceará me espelhou muito lá, me deu respaldo para jogar no profissional. Quando eu fiz minha estreia, ele conversou comigo a semana toda. Eu tinha voltado das férias, só tinha feito exames e o Gilson Kleina foi me buscar no sub-20", destacou o atleta.
Racismo
Apesar de viver boa fase no Shakthar e não pensar em uma saída, extra-campo o lateral admitiu que a vida na Ucrânia não é das mais fáceis, por conta do racismo que existe no país.
Em novembro de 2019, na vitória do Donetsk sobre o Dínamo de Kiev, os atacantes Taison e Dentinho foram vítimas de ofensas dos torcedores adversários. Aos 30 minutos do segundo tempo, Taison se revoltou e acabou chutando a bola para longe e mostrando o dedo do meio em direção aos xingamentos.
No entanto, o brasileiro foi expulso e saiu desolado de campo. Em relação à atitude dos torcedores, nada foi feito. Segundo Dodô, a cultura esta enraizada no país e é um problema em todos os cantos.
"Tivemos o episódio do Taison, em um jogo dentro da nossa casa, e não vou esconder que aqui na Ucrânia o racismo é muito grande. Não só com os jogadores do Shakthar, como dos outros times. Infelizmente isso está no país, no mundo todo e é uma coisa que tem que acabar. É uma coisa que afeta todas as pessoas, aconteceu agora nos Estados Unidos (o caso da morte de George Floyd) e pra mim tem que ser feito algo pra acabar de vez", apontou Dodô.
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