| Foto: /Marcelo Andrade/Gazeta do Povo

O rebaixamento do Coritiba definido neste domingo (3) após a derrota por 2 a 1 sofrida diante a Chapecoense é resultado de um ano com uma série de erros no planejamento do clube. Mesmo dependendo apenas das próprias forças nas duas últimas rodadas do Brasileirão, o Coxa vai pagar caro pelo vacilo e disputará a Série B em 2018.

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Confira abaixo sete fatores que explicam a turbulência no Alto da Glória.

1 – “Reforços”

Jogadores deixam a Arena Condá, com Anderson à frente. 

Os jogadores mais renomados que foram contratados para a temporada não corresponderam. O meia Anderson, apresentado para ser o grande nome do meio campo da equipe, jogou apenas 12 vezes no Brasileirão. O centroavante Alecsandro marcou só um gol em 15 partidas e acabou a temporada machucado.

O meia Baumjohann e o atacante Keirrison também foram pouco aproveitados - o alemão entrou em duas ocasiões, enquanto o atacante participo de cinco jogos. Já outros nomes menos conhecidos como Luizão, Tomas Bastos e Getterson também não deslancharam.

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2 – Falta de um time base

 

Por diversos fatores, o Coritiba pouco repetiu a mesma escalação no campeonato. A cada jogo, Pachequinho e Marcelo Oliveira mudaram a equipe, seja por opção técnica, jogadores machucados, suspensos ou punidos no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), como o atacante Kléber. O Gladiador, principal nome do elenco, ainda passou por uma cirurgia e tem retorno incerto na competição.

Para ter noção, no início da Série A, o trivote do meio campo que animava a torcida era formado por Alan Santos, Matheus Galdezani e Anderson. Na última partida do campeonato, o setor foi formado por Jonas, Vitor Carvalho, que fez sua estreia no time principal do Coxa, Tiago Real e Daniel.

3 – Ilusão da diretoria

Alceni Guerra, vice presidente do Coritiba, passa ao lado de jogador do Coritiba, minutos após a queda. 

No início da competição, o presidente Rogério Bacellar declarou que o elenco era “farto de craques ” e que o clube iria brigar entre os primeiros colocados. Já o diretor de futebol, Ernesto Pedroso, afirmou que o objetivo era “ser campeão ”. O discurso inflamado da diretoria caiu por terra.

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4 – Comprometimento

Kléber se tornou um dos símbolos da queda. 

A falta de entrega dos jogadores já foi a principal reclamação da torcida. Ao longo da competição, o atacante Kléber mostrou insatisfação com o desinteresse de alguns atletas do elenco depois de derrotas. Já o goleiro Wilson revelou que cobrou mudança de postura dos companheiros. Mas nenhum atleta ilustra mais esse tópico do que Anderson. O meia não foi relacionado em diversas rodadas e a justificativa do técnico Marcelo Oliveira era de falta de apetite.

5 – Fracasso do ‘efeito Marcelo Oliveira’

Marcelo Oliveira no corredor de saída da Arena Condá. 

Após a demissão de Pachequinho, o Coritiba apresentou rapidamente Marcelo Oliveira. A expectativa criada era plausível. Além do sucesso do técnico na sua primeira passagem pelo clube, Oliveira chegou mais renomado e com dois títulos brasileiros no currículo. Mas o aproveitamento caiu de 42% com Pachequinho para 36%. Em 24 jogos com Oliveira no comando, foram conquistados 24 pontos entre 66 disputados.

6 – Debandada próxima

Rildo é um dos jogadores sem contrato com o Coxa para 2018. 
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Além da eleição presidencial marcada para o próximo sábado (9), o Coxa tem 22 jogadores cujos vínculos com o clube acabam no final do ano. O lateral-direito Dodô, por exemplo, já teria acertado sua ida para o Shakhtar Donetsk, da Ucrânia.

7 – Torcida exausta

 

O Coxa lutou para não ser rebaixado por cinco anos seguidos e não resistiu ao sexto. A torcida até compareceu em peso e apoio a equipe na reta final do Brasileirão, mesmo sabendo da limitação do time dentro de campo. Por fim, o que se viu não foi a raiva que marcou o descendo de 2009, mas sim um sentimento de decepção e tristeza.

8 - Novo Couto, Belletti, R10

O clube gastou muita energia com dois temas extracampo, algo que ganhou corpo nos bastidores e fez a diretoria perder o foco em alguns momentos: novo Couto e papel do ex-jogador Juliano Belletti no clube. O estádio foi uma bandeira do vice Alceni Guerra, que defendeu durante toda a temporada o projeto de construção de uma arena multiuso. Já o ex-diretor de marketing ganhou a antipatia de parte da torcida pela sua falta de projetos objetivos e a tentativa de trazer Ronaldinho Gaúcho em janeiro, outro tema que desgastou a gestão Bacellar com a torcida.