A segunda passagem de Marcelo Oliveira pelo Coritiba está longe de trazer o retorno esperado ao clube. Mesmo se o Coxa escapar do rebaixamento no próximo domingo (3), no duelo contra a Chapecoense, na última rodada do Brasileirão, o trabalho do experiente treinador de 62 anos no Alto da Glória pode ser considerado frustrante. Para evitar a queda para a Série B, o Alviverde precisa vencer em Chapecó. Se empatar ou perder, dependerá dos tropeços de Avaí, Sport e Vitória.
Contratado no final de julho, Marcelo Oliveira chegou ao Coxa com status de ‘técnico de ponta’ no cenário nacional. No currículo recente, o bicampeonato brasileiro (2013 e 2014) com o Cruzeiro e o título da Copa do Brasil pelo Palmeiras (2015). Estima-se que o salário do treinador somado ao da comissão técnica trazida por ele gira em torno de R$ 400 mil – alto para os padrões do clube. A própria diretoria admitiu, na época da contratação, que fez grandes esforços financeiros para trazê-lo de volta.
Na primeira passagem pelo Alviverde, entre 2011 e 2012, ele levou o time ao bicampeonato paranaense e foi duas vezes vice-campeão da Copa do Brasil.
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Números piores que o de Pachequinho
O discurso inicial de fazer o Coxa brigar por uma vaga na Libertadores nunca esteve próximo da realidade. Em comparação com o antecessor, Pachequinho, o aproveitamento e a posição do clube na tabela pioraram.
Em 21 jogos, o Coritiba de Oliveira tem apenas 38% de aproveitamento (seis vitórias, seis empates e nove derrotas). Já com Pachequinho, que tinha custos três vezes mais baixo em relação ao atual comandante, o Coxa registrou 42% de aproveitamento no Nacional (cinco vitórias, quatro empates e seis derrotas).
A distância para a zona do rebaixamento, tanto no quesito colocação quanto pontuação, também caiu com Marcelo Oliveira. Quando foi demitido, na 15.ª rodada, Pachequinho deixou o clube na 13.ª posição com 19 pontos, quatro acima da ZR. Com Marcelo, a distância é de apenas um ponto, na 16ª colocação.
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Treinos e bola parada
O técnico não pode reclamar de falta de tempo para ajustar a equipe. Disputando apenas o Brasileiro, o comandante ainda contou com as paradas da Série A por conta das datas Fifa. Ele, inclusive, teve tempo para levar o time para um período de concentração em Atibaia antes da derrota para o Corinthians, em outubro.
Em campo, o que se viu foi a dependência da bola parada e a fragilidade defensiva que deixam o Coxa com risco de queda. O lateral Thiago Carleto se transformou na principal arma da equipe participando de 14 dos 24 gols marcados com Oliveira no comando. A defesa foi vazada 28 vezes desde que ele assumiu.
Futuro
Como o clube terá eleições em dezembro, a permanência do técnico para 2018 é uma incógnita. Porém, os três candidados a presidente preferem não cravar a extensão do vínculo com Marcelo Oliveira que acaba após o término do Brasileirão.
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